Aconchego do Sertão celebra 12 anos

O  grupo Aconchego do Sertão,  do Sesc Ler Araripina, está completando 12 anos de existência. A celebração acontece nesta quinta-feira, 29 de agosto, a partir das 19h, com o Baile 1950 a 2000, uma maneira de comemorar com a diversidade de estilos de cinco décadas.

A festa vai contar com apresentações artísticas da Cia de Dança do Sesc Ler Araripina, muita música e um jantar especial. Para participar, cada integrante do grupo vai doar 2kg de alimentos não-perecíveis, que serão destinados ao programa Sesc Mesa Brasil.

Formado por 65 integrantes, com idades a partir de 60 anos, o grupo Aconchego do Sertão atua com atividades para o envelhecimento ativo. Os encontros acontecem às quintas-feiras para discutir saúde, empreendedorismo, cultura, lazer e participar de oficinas, dinâmicas, palestras e passeios.

Serviço: Aniversário Aconchego do Sertão

Data: 29 de agosto

Horário: 19h

Local: Sesc Ler Araripina (Rua Vereador José Barreto de Alencar, s/n – Centro)

Informações: (87) 3873-0812

Fabiano Barros/Ascom Sesc

Envelhecimento mais rápido da população aumenta preocupação com Previdência, dizem analistas

As novas projeções populacionais divulgadas ontem pelo IBGE com base no Censo 2022 mostram que a população brasileira está envelhecendo mais rapidamente do que se esperava e vai começar a diminuir em 2042, daqui a 18 anos, e chegará a 2070, último ano da projeção, com menos habitantes do que temos hoje: 199,2 milhões, contra os 203 milhões atuais.

A faixa etária de 60 anos para cima será a maior a partir de 2042, chegando a 2070 representando quase 40% da população. Essa nova composição populacional terá implicações econômicas e nas políticas públicas de Previdência Social, saúde e educação, dizem especialistas. Ana Amélia Camarano, economista especializada em demografia, diz que a preocupação maior é como será a autonomia financeira e da vida diária dessa população mais velha.

Uma das medidas a serem adotadas, na opinião da economista, é a requalificação, que pode ajudar a manter essa faixa etária mais tempo no mercado de trabalho: ” Tem que investir na requalificação, principalmente em inclusão digital, retreinar esse pessoal para o mercado de trabalho. Precisa haver uma mudança no contrato social, que é baseado nas transferências geracionais. Os jovens custeiam a Previdência dos mais velhos, e os filhos cuidam dos pais. Esse mecanismo está abalado com uma geração mais nova cada vez menor”.

A manutenção dessas pessoas no mercado pode ajudar a elevar a arrecadação da Previdência, diz ela. O economista Samuel Pessôa, da Fundação Getulio Vargas (FGV), vê necessidade de uma reforma por década para equacionar: “Já gastamos 14% do PIB (Produto Interno Bruto) com a Previdência, não é possível aumentar mais esse gasto”.

Fim do bônus demográfico
Ana Amélia diz que um caminho seria mudar o sistema, como fez o Reino Unido, que estabeleceu um pilar solidário, com uma renda mínima para todos, um pilar contributivo e outro de previdência privada. Christine Graser Pimentel, de 73 anos, mora em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e continua no mercado de trabalho. Professora aposentada, há oito anos atua como síndica de seu prédio: “Ainda trabalho bastante. A aposentadoria não é uma opção para mim no momento. Não posso me dar ao luxo de ficar parada. Eu só recebo uma pequena aposentadoria da Alemanha, onde trabalhei por dez anos. Aqui, como autônoma, não pagava a Previdência, então a situação é difícil. Às vezes, as coisas ficam apertadas”.

Além da Previdência, os gastos com saúde vão subir, alerta a médica sanitarista da UFRJ Ligia Bahia. O envelhecimento vem acompanhado de doenças crônico-degenerativas e cânceres, que exigem tratamento e medicamentos caros: “O mundo inteiro já está se preparando para isso, e o Brasil precisa se preparar também”.

Aos 85 anos, Edson Nascimento dos Santos vive em Madureira, Zona Norte do Rio. Aposentado da Comlurb, vive com um salário mínimo, e a renda mal dá para cobrir despesas básicas: “O dinheiro é tão pouco que, mesmo que quisesse, não conseguiria comer algo diferente ou mais gostoso com frequência”diz.

E há menos jovens para financiar essa aposentadoria. A transição demográfica praticamente pôs fim ao bônus demográfico, quando há mais pessoas em idade de trabalhar do que crianças e idosos. Essa faixa em idade ativa vem crescendo menos que a população total desde 2020 e deve começar a diminuir no máximo em 2035, estima o demógrafo José Eustáquio Diniz, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Econômicas (Ence):”O que manteve o crescimento do Brasil nos últimos 40 anos foi o bônus demográfico. A produtividade está estagnada. Com o fim do bônus, precisamos de sistemas educacional e de saúde muito bons e investimento em ciência e tecnologia”.

Agência O Globo

Envelhecimento da população muda cenário para o futuro

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE trouxe novos números sobre a população brasileira, divulgados nesta sexta-feira (16). Um dos destaques do levantamento é a consolidação da tendência do envelhecimento demográfico: em uma década, o percentual de indivíduos acima de 60 anos no país saltou de pouco mais de 11% para 15%. E além disso, o percentual dos que têm abaixo de 30 anos de idade caiu de cerca de 50%, em 2012, para pouco mais de 43% em 2022. Os dados refletem duas faces de um mesmo fenômeno, posicionando o Brasil em uma transição de nação de jovens para nação de idosos.

Confirmando outra tendência já observada, as mulheres vivem mais do que os homens. No ano passado, para cada 78 homens acima de 60 anos, existiam 100 mulheres. Esse recorte indica a demanda, que deve crescer junto com a curva do envelhecimento populacional nos próximos anos, de direcionamento de uma parcela das políticas públicas para os mais velhos, especificamente, para as idosas, que representam a maioria dessa população. Sobretudo para as mulheres acima de 60 anos em situação de vulnerabilidade, a rede de proteção social precisa se robustecer, alcançando a todas, na oferta de serviços de saúde dignos, por exemplo.

Independentemente do gênero, os brasileiros estão estendendo suas vidas até idade avançada, e não são poucas as pessoas centenárias, elevando-se também aquelas acima de 80 e de 90 anos. Hábitos saudáveis, alimentação adequada, exercícios e os avanços da medicina explicam a longevidade que se verifica em todo o planeta, não apenas aqui. Os desafios que se põem aos governos e à sociedade em geral se relacionam à preparação de todos para a velhice prolongada, uma vez que fazer 70 anos pode indicar um horizonte de algumas décadas ainda pela frente.

Outra informação relevante extraída da Pnad se refere à quantidade de brasileiros morando sozinhos. Quase 16% do total de domicílios pesquisados pelo IBGE em 2022 tinham apenas um morador. O volume de gente que se enquadra nessa moradia aumentou, e isso também afeta os idosos: mais de 40% do total de pessoas morando sós, no país, são de indivíduos acima de 60 anos. O que também implica em atenção maior para a situação psicológica, econômica e de saúde dos idosos sem companhia em casa. Tanto por parte das famílias, quanto do poder público, responsável pelo bem-estar da população, em qualquer idade.

O envelhecimento populacional significa uma mudança no padrão demográfico, que traz preocupações e oportunidades para um novo cenário. Sem ter chegado a um nível de desenvolvimento ideal para bancar a menor base de trabalho, o Brasil deve enfrentar, nos próximos anos, o desafio de agregar conhecimento e tecnologia, em diversas áreas, para ganhar mais produtividade. A experiência dos mais velhos precisa ser melhor aproveitada, nesse contexto, com a valorização da experiência para guiar as novas gerações. Afinal, um futuro de maturidade aguarda o país do futuro.

JC Online