Audiência pública denuncia falta de atendimento adequado a pessoas com autismo em Pernambuco

Foto: Alepe/Divulgação

Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco trouxe à tona preocupações sobre a falta de profissionais capacitados e de estrutura adequada para o diagnóstico e atendimento do transtorno do espectro autista (TEA) em mais de um terço dos municípios pernambucanos.

Os dados foram apresentados durante uma audiência pública promovida pela Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa, que debateu a importância da conscientização sobre o autismo.

De acordo com o auditor do TCE, João Francisco Alves, a falta de políticas públicas eficazes compromete o acesso aos direitos básicos de saúde e educação para as pessoas com autismo em Pernambuco.

O estado não destina recursos específicos para a temática do autismo em seu orçamento, ao contrário de outros estados como Paraíba e Bahia, que já contam com centros especializados no atendimento a pessoas autistas.

A presidente da Comissão de Cidadania, deputada Dani Portela, destacou que a fila por diagnóstico chega a 10 mil famílias em Pernambuco, evidenciando a carência de serviços especializados. Além disso, relatou casos de mães que enfrentam dificuldades nas escolas devido à falta de assistentes qualificados para acompanhar os alunos autistas.

A falta de preparo dos profissionais de saúde também foi mencionada pelo médico psiquiatra João Carlos Leitão, que é autista. Ele alertou para os prejuízos do diagnóstico tardio e defendeu a criação de Centros de Atendimento Psicossocial específicos para neurodivergentes.

Outras dificuldades apontadas incluem a falta de oportunidades no mercado de trabalho, negativa de matrículas e transporte inadequado. Os participantes da audiência cobraram resultados concretos das autoridades e expressaram descontentamento pela ausência de representantes do Governo do Estado.

Apesar das dificuldades enfrentadas, a deputada federal Clarissa Tercio assegurou que os pleitos recebidos pelo Legislativo são encaminhados aos órgãos competentes e aos representantes do Poder Executivo. O debate, presidido pelo deputado Pastor Júnior Tércio e com a participação do deputado João de Nadegi, evidenciou a necessidade de ações concretas para melhorar o atendimento e a inclusão das pessoas com autismo em Pernambuco.

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