Brasil conquista ouro no ciclismo no Parapan de Santiago

A primeira medalha brasileira, neste domingo (10), nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, saiu no paraciclismo. A paulista Bianca Canovas Garcia e sua piloto Nicolle Borges, da classe B2 (deficientes visuais), conquistaram o 20º ouro brasileiro após percorrer o trajeto em 33:14:22.

A atleta, que nasceu com retinose pigmentar e tem baixa visão, disputou a prova do contrarrelógio do ciclismo de estrada da categoria B2 (atletas com deficiência visual). Ela finalizou o percurso com o tempo de 33 minutos, 19 segundos e 22 centésimos. A prata ficou com a argentina Maria José Quiroga e o bronze também ficou com a Argentina, com a atleta Maria Agustina Cruceño. As competidoras deram duas voltas no circuito de 21,6 quilômetros montado pelos organizadores nas Calles de Isla de Maipo, na capital chilena.

Na classe B2 do ciclismo paralímpico de estrada, as atletas utilizam uma bicicleta tandem, com dois lugares. A ciclista com deficiência visual senta no banco de trás e conta com o auxílio de uma guia, que fica na parte da frente da bicicleta.  Além de Bianca, Lauro Chaman também levou a prata na classe C5 (deficiência físico-motora e amputados) com o tempo de 27:06:06.

No halterofilismo, na categoria 54kg, o Brasil somou mais duas medalhas. Bruno Carra colocou o ouro no peito após levantar 161kg e se tornou bicampeão parapan-Americano. João Maria França Jr., que levantou 160kg, ficou com o bronze.

No feminino também tivemos pódio. Maria de Fátima Castro, na categoria até 67kg, comemorou a medalha de bronze após levantar 110kg na sua segunda tentativa. Na modalidade, competem homens e mulheres com deficiência nos membros inferiores (amputados e lesionados medulares) e paralisados cerebrais.

Na natação, o Time Brasil conquistou seis medalhas. Wendell Belarmino (S11) e Douglas Matera (S13) ficaram com o ouro. Ruan Lima (S10) garantiu a prata. Já o trio Thomaz Matera (S12), Phelipe Rodrigues (S10) e José Luiz Perdigão (S11) conquistaram o bronze.

As classes de 1 a 10 são destinadas a atletas com limitações físico-motoras. Já entre 11 a 13 disputam os deficientes visuais. No basquete, as brasileiras venceram a Colômbia com facilidade, aplicando 72 a 20. A partida foi realizada pela Fase de Grupos.

Agência Brasil

Brasil tem 31 medalhas nas disputas iniciais do Parapan, no Chile

A delegação brasileira fez bonito neste sábado (18) no primeiro dia de disputas dos Jogos Parapan-americanos de Santiago, no Chile. Até às 16h20 (horário de Brasília) foram 31 medalhas no total: 11 de ouro, dez de prata e dez de bronze. Entre os destaques, a nadadora paulista Alessandra Oliveira (foto) chamou a atenção ao conquistar o ouro nos 100m peito da classe SB4 (limitação físico-motora). Aos 15 anos, a atleta, que iniciou a trajetória na Escola Paralímpica de Esportes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi ouro nos 100m peito da classe SB4 (limitação físico-motora) com a marca de 2min10s54.

“Sou da Escolinha. Acabei de nadar a minha prova principal, os 100m peito. Fui ouro e bati o recorde do Parapan. Eu venho aqui agradecer ao CPB e aos professores por terem me ajudado a chegar até aqui”, disse a atleta. Mais dois nadadores subiram ao lugar mais alto do pódio no Centro Aquático do Parque Estádio Nacional do Chile, e ainda bateram recordes parapan-americanos: a mineira Patrícia Santos, nos 50m peito da classe SB3 (limitação físico-motora), e o carioca Douglas Matera, nos 100m costas da classe S12 (baixa visão).

As provas de natação continuam à noite, em Santiago. Dois brasileiros classificados às decisões bateram recordes parapan-americanos nas eliminatórias pela manhã: Samuel Oliveira, que fez 31s97 nos 50m livre da classe S5 (limitação físico-motora), e Gabriel Bandeira, com 1m58s47 nos 200m livre S14 (deficiência intelectual).

Halterofilismo
Na prova feminina das categorias 73kg e 79kg, que foram agrupadas, houve domínio brasileiro com a dobradinha da paulista Mariana D’Andrea e da mineira Caroline Fernandes, ouro e prata respectivamente.

Mariana D’Andrea levantou 141 kg e bateu o recorde das Américas, que já pertencia a ela. Em julho do ano passado, Mariana levantara 140 kg no Open das Américas, disputado nos Estados Unidos. Além dessas conquistas, o Brasil ficou com outro ouro com o amazonense Lucas Galvão, na categoria acima de 49kg, após levantar 150kg.

Goalball
Também neste sábado, a Seleção Brasileira feminina de goalball estreou no Parapan com uma vitória por 12 a 2 sobre a Argentina. O próximo jogo das brasileiras será contra a Guatemala, segunda-feira (20), às 15h15 (horário de Brasília). A destaque da partida foi a ala Daniele Longhini, que marcou seis gols. Carol Duarte e Moniza Lima balançaram as redes duas vezes cada.

A equipe busca no Parapan a classificação aos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, sendo que apenas a campeã garante vaga.

Para esta edição do Parapan, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do Distrito Federal, em 17 modalidades. A competição reúne cerca de 1.900 esportistas de 31 países até o dia 26 de novembro.

Agência Brasil

Nadadora Patrícia Santos fatura primeiro ouro do Brasil no Parapan

A nadadora capixaba Patrícia Santos ganhou a primeira medalha de ouro da delegação brasileira nos Jogos Parapan-americanos de Santiago, no Chile, neste  sábado (18).

A atleta foi a mais rápida na prova dos 50m peito da classe SB3 (lesionados medulares) com a marca de 58.19s. Além do ouro, a brasileira quebrou o recorde parapan-americano.

A outra brasileira, Lídia Cruz, também foi ao pódio. Ela foi a terceira mais rápida, com a marca 1:08.49. A medalha de prata ficou com a mexicana Nely Miranda.

A equipe verde e amarela de natação paralímpica foi a Santiago com 38 atletas. A modalidade é uma das mais vitoriosas da história brasileira em Parapans. Somente em Lima, no Peru, na edição de 2019, o Brasil faturou 127 pódios nas piscinas.

Agência Brasil

Abertura do Parapan de Santiago destaca cultura chilena e astronomia

Os Jogos Parapan-Americanos de Santiago estão oficialmente abertos. A cerimônia que deu início ao megaevento ocorreu na noite de sexta-feira (17), no Estádio Nacional, com homenagens a pioneiros do esporte paralímpico chileno e destaque à cultura local e à importância do país-sede na astronomia mundial. A competição segue até o dia 26 de novembro, com 1.927 atletas de 33 países.

A cerimônia começou às 20h45, com a bandeira do país-sede trazida pela nadadora chilena Valentina Muñoz, ouro no Parapan de Lima, no Peru, em 2019. Após a execução do hino nacional dos anfitriões, as delegações participantes desfilaram em ordem alfabética – a exceção do próprio Chile, última a se apresentar no estádio.

Quinta a desfilar, a delegação do Brasil teve como porta-bandeiras Claudiney dos Santos, bicampeão paralímpico do lançamento do disco, e Mariana d’Andrea, ouro na Paralimpíada de Tóquio, no Japão, em 2021. O país está em Santiago com 324 atletas com deficiência, além de dez atletas-guia do atletismo (que auxiliam os corredores cegos), três calheiros da bocha (modalidade para esportistas com elevado grau de comprometimento motor) e dois goleiros do futebol de cegos (únicos do time que enxergam).

Após o desfile, o centro do campo deu lugar à representação de uma metrópole, alusiva a Santiago, com a performance de artistas simbolizando o cotidiano urbano, trazendo elementos como skate e dança de rua. A brasileira Tamara Catharino foi responsável pela coreografia. As cantoras chilenas Ana Tijoux e Kya deram voz à canção oficial do evento, “A La Cima”, acompanhadas pelo grupo de hip hop Movimiento Original.

A bandeira do Comitê Paralímpico das Américas (APC, sigla em inglês) foi trazida por seis personalidades do esporte adaptado, entre elas o ex-nadador Gabriel Vallejos, primeiro a representar o Chile em Paralimpíadas, nos Jogos de Barcelona, na Espanha, em 1992. O presidente chileno, Gabriel Boric, declarou o Parapan aberto, enquanto Victor Hugo Silva, capitão da seleção anfitriã de futebol de cegos, realizou o juramento do atleta.

“Durante os próximos dias, vocês [atletas] terão a oportunidade de mostrar a si e a todos, com disciplina e dedicação, que é possível realizar sonhos. Vocês representam toda a América unida em Santiago. São embaixadores dos valores do movimento paralímpico, como coragem e dedicação, que vão inspirar a todos”, destacou o presidente do APC, Julio César Ávila, em discurso.

A reta final da cerimônia reservou uma apresentação em referência ao Alma, instalação no deserto do Atacama, com 66 antenas, a mais de cinco mil metros de altitude e que é considerado o maior projeto astronômico do mundo. Com luzes simbolizando estrelas, 300 drones criaram diferentes constelações no céu de Santiago.

A pira do Parapan foi acesa por Cristian Valenzuela, primeiro chileno a conquistar uma medalha de ouro paralímpica, nos Jogos de Londres, no Reino Unido, em 2012, na prova dos cinco mil metros da classe T-11 do atletismo (cego total). A cerimônia chegou ao fim com mais apresentações musicais, dos cantores Denise Rosenthal, Beto Cuevas, Pablo Chill-E, Flor del Rap e, novamente, Ana Tijoux.

Fazer história
Apesar de a cerimônia de abertura ter ocorrido nesta sexta, uma das 17 modalidades do evento já havia iniciado na última quinta-feira (16): o tênis de mesa, com as disputas individuais. O Brasil tem 20 atletas garantidos em semifinais masculinas e femininas. Portanto, são 20 medalhas asseguradas ao país, pois não há jogo pelo terceiro lugar. Resta saber a cor delas. Em quatro classes, o duelo por uma vaga na final será entre mesatenistas brasileiros.

O resultado já supera o de Lima, ao menos em número de medalhas. Há quatro anos, os brasileiros alcançaram 19 pódios individuais na modalidade.

Desde a edição de 2007, no Rio de Janeiro, que o Brasil encerra o quadro de medalhas do Parapan no topo. Em Lima, o desempenho foi recorde, com 308 medalhas e 124 ouros.

Agência Brasil