Seja pelos rumos do processo de impeachment da presidente Dilma, ou mesmo devido aos entendimentos para as eleições municipais de 2016, a política tem sido o assunto mais discutido nas festas de confraternização de final de ano aqui em Petrolina.
No último sábado os deputados e irmãos Fernando Filho (federal) e Miguel Coelho (estadual), ambos do PSB, estiveram reunidos com a imprensa e não foram poupados dos questionamentos sobre a sucessão municipal do ano que vem, sobretudo, a respeito dos atritos com o também pessebista Lucas Ramos, que já reiterou por diversas vezes o desejo de sair candidato a prefeito, com ou sem o apoio dos fernandistas.
Mais comedido, Fernando Filho disse que apesar de adotar uma postura de conciliador espera que a vontade do povo que o elegeu, majoritariamente, ao lado do Miguel, seja respeitada. “E a vontade da população dentro do PSB foi ter me colocado como o deputado federal mais votado do partido e Miguel Coelho também como o mais votado. Isso resultou na formatação da Comissão Provisória que deixou, digamos assim, algumas pessoas incomodadas”, alfinetou, acrescentando que o que o governador Paulo Câmara (PSB) fez na realidade foi respeitar a decisão das urnas.
Apesar dos desentendimentos o parlamentar salientou ainda acreditar na unidade do partido em Petrolina, que segundo ele tem uma fartura de nomes legitimados para disputar o pleito. “É o único partido que tem diversos deputados e nós queremos construir uma aliança. Se não for possível, paciência, faz parte da política”, frisou.
Sobre as declarações de Lucas Ramos de que o PSB não tem liderança em Petrolina, Fernando Filho disparou. “Isso para quem não tem ninguém sobre a liderança dele é muito fácil falar. Na verdade ele lidera apenas o mandato. É querer antecipar uma futrica política menor para poder se manter em evidência, eu não vou entrar nesse tipo de debate”.
Já Miguel Coelho foi mais taxativo, ele avalia que o discurso do deputado Lucas vai chegar arranhado e cansado até a eleição. “Eu assumi o partido em agosto, estamos fechando o ano e o discurso dele é a mesma coisa. Eu nunca vi do deputado Lucas uma contribuição para o PSB em Petrolina desde que assumi o partido, sempre foi para criticar e reclamar”, lamentou.
Miguel falou do esforço que tem feito para unir a todos e disse ter certeza que a proposta do partido, oriunda das agendas que vem realizando, vai consolidar o apoio dos que realmente querem o melhor para Petrolina. O deputado também questionou a lealdade do colega Lucas ao governador Paulo Câmara. “É muito fácil dizer que é leal ao governador Paulo Câmara e conversar com outros quatro partidos. Acho que quando você é leal, é leal a um. E se você achar que não tem mais espaço, é legitimo querer fazer a sua manutenção em outro território”, concluiu.