Esquema de propina da Odebrecht funcionava desde governo Sarney

A 26ª fase da operação Lava Jato expôs, nesta terça-feira, a existência de um “departamento de propina” na empreiteira Odebrecht, que teria sido utilizado para movimentar altas somas de dinheiro em pagamentos ilícitos para agentes públicos e políticos principalmente em 2014. O esquema, no entanto, pode ser muito mais antigo. Documentos mostram que, durante o mandato presidencial de José Sarney (1985-1990), procedimentos bem semelhantes aos apontados pelos investigadores da Lava Jato envolviam 516 agentes públicos, empresários, empresas, instituições e políticos. Entre eles, há ex-ministros, senadores, deputados, governadores, integrantes de partidos como PSDB, PMDB e PFL (atual DEM).

O UOL teve acesso a quase 400 documentos internos da empreiteira, a maioria datada de 1988, detalhando remessas e propinas a diversos políticos. A documentação estava de posse de uma ex-funcionária da Odebrecht. Como no esquema divulgado pela Lava Jato na terça-feira (22), eram utilizados codinomes para os receptores dos pagamentos e as propinas eram calculadas a partir de percentuais dos valores de obras da empreiteira nas quais os agentes públicos estavam envolvidos.

A Odebrecht afirmou “que não se manifestará sobre o tema”. Todos os políticos ouvidos negaram qualquer envolvimento em esquema de propinas com a construtora.

Reprodução/UOL

Lista com 516 nomes cita políticos, a exemplo do senador Edison Lobão (PMDB-MA)

“Quando fui demitida e peguei os pertences pessoais, esses documentos estavam no meio da caixa, acabaram vindo junto. As pessoas recomendaram que me desfizesse, mas achei bom guardar. É preciso traçar um paralelo, mostrar que isso é antigo. Alguns desses crimes podem até estar prescritos, mas isso tudo mostra que o esquema vem de bem antes. A saída é reforma, não é demonizar o PT”, explica a ex-funcionária.

Investigação

Em 2015, Conceição encaminhou toda a documentação detalhando as propinas para o deputado federal Jorge Solla (PT-BA). Solla apresentou tudo em dois âmbitos: na Polícia Federal e na CPI da Petrobras.

Os documentos foram entregues ao delegado Bráulio Galloni, que, por sua vez, remeteu tudo para Curitiba, sede da força-tarefa da Lava Jato. Atualmente, estão na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal.

Outro Lado

O deputado federal Antonio Imbassahy afirmou que é “um despropósito” a menção ao seu nome na “Relação de Parceiros” da Odebrecht. “Como homem público sempre tive uma relação baseada na decência com a Odebrecht e com qualquer empresa.”

O prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, enviou nota ao UOL, na qual afirma:

“Meu pai, que tinha nome igual ao meu, era, nessa época, um simples senador cassado. Eu era um ex-deputado, prefeito de Manaus entre 1989 e 1992, distante dos governos federais desse período, que nunca se relacionou com a empresa Odebrecht.

Não fui e não sou parceiro de empresas e, em meio a esse charco todo, sempre me mantive nos limites da seriedade pública.

Considero no mínimo precipitada a formulação da pergunta sobre “propina”. Equivaleria a eu perguntar ao jornalista se ele vende opinião em matérias ou artigos. Perdoe-me a dureza, mas sou cioso do patrimônio de honradez que herdei e que transmito aos meus filhos.

Desviar o foco dessa lama que vem cobrindo o Brasil pode terminar servindo de válvula de escape para os que têm culpa real nos desmandos éticos que desmoralizam o Brasil.

Nos meus dois mandatos de prefeito, não houve nenhuma obra dessa empresa [Odebrecht]. Espero, sinceramente, que um veículo do peso e da respeitabilidade de vocês saiba respeitar a honra de quem a possui.”

Advogado responde por Lobão e Sarney

O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, negou que seus clientes, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e a ex-governadora Roseana Sarney, tenham cometido qualquer ato ilícito.

“O Brasil passa por um momento de criminalização da política. Isto é muito grave. Vamos afastar da atividade política, que é essencial para qualquer país, as pessoas de bem. E a delação passou a ser prova para incriminar, sem sequer investigar. Um país punitivo não serve para a democracia. A palavra do delator normalmente é falsa e estranhamente seletiva.”

O UOL entrou em contato com o assessor de imprensa de Collor, que informou não ter conseguido contato com o gabinete dele em Brasília. A reportagem ligou para os telefones do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e de seus assessores, mas ninguém atendeu aos telefonemas. A assessoria do TCU não respondeu aos questionamentos da reportagem. O UOL não conseguiu contato com Fernando Sarney e José Sarney Filho.

Com informações Portal Uol

CGU confirma negociações para acordo de leniência com Grupo Odebrecht

Operação Lava Jato

A Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou que está em negociações com a construtora Odebrecht para assinatura de um acordo de leniência. Em uma nota de poucas linhas, a CGU lembra que não costuma divulgar a relação das empresas com as quais negocia este tipo de acordo. No entanto, como a Odebrecht tornou a informação pública, a controladoria se limitou a confirmar a negociação.

“No caso da Odebrecht, após divulgação realizada pela empresa, a CGU confirma que está em fase de negociação do acordo de leniência”. A nota divulgada ontem (24) ressalta porém que, em razão do sigilo imposto pelo artigo que trata do tema (Lei n° 12.846/2013), “a Controladoria encontra-se impedida de comentar sobre detalhes da operação que ainda está em curso”.

Na última terça-feira (22), a Odebrecht informou que todos os executivos da empreiteira concordaram em fechar com a Controladoria a delação premiada – quando pessoas investigadas concordam em colaborar com as investigações informando o que sabem e, em contrapartida, obtêm benefício da redução da pena.

“As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato. A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União”, diz a nota.

Diferentemente da delação premiada, que é uma ação individual, o acordo de leniência é firmado entre uma empresa que decide colaborar com as investigações e a Justiça. Para o acordo, é necessário que a empresa confesse participação nos atos ilícitos, pague pelos prejuízos causados e dê informações que ajudem nas investigações.

A decisão da construtora de fechar acordo de leniência com a CGU aconteceu logo após a deflagração da 26ª fase da Operação Lava Jato, quando os investigadores descobriram a existência dentro da empresa um “braço”, que atuava de forma profissional e articulada com o único objetivo de distribuir propinas a partidos e políticos. Na ocasião foi descoberta uma planilha com anotações de doações feitas ao longo dos últimos anos há cerca de 200 políticos de 24 partidos.

Presos da Operação Xepa fazem exame de corpo de delito no IML de Curitiba

Operação Lava Jato

Dez dos 12 presos da 26ª fase da Operação Lava Jato, denominada Operação Xepa, fizeram na manhã desta quinta-feira (24) exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. De acordo com a superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, dois dos presos, que chegaram apenas ontem (23) à capital paranaense, realizaram os exames nas cidades de onde foram transferidos no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.

Após o exame, todos retornaram à superintendência da PF, onde permanecerão presos. Entre os 12, nove cumprem prisão temporária, com duração de cinco dias, podendo ser prorrogados por mais cinco. Outras três pessoas cumprem prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.

A PF informou ainda que, durante a Operação Xepa, foram autorizados quatro mandados de prisão preventiva, mas uma das pessoas, Luiz Eduardo da Rocha, ainda não foi localizado.

Nas investigações, Rocha e Hilberto Mascarenhas Alves são apontadoss como chefes do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. A divisão operava o pagamento de propinas por meio de contas offshores abertas pelo próprio grupo, sob ordens de outros executivos do gupo. A Operação Xepa tem foco no grupo Odebrecht e é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato.

Sindicalistas vão cobrar Moro por ‘prejuízos’ da Lava Jato, a mando de Lula

LULA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que as centrais sindicais cobrem do juiz Sérgio Moro a “estimativa” do suposto prejuízo econômico causado pela Operação Lava Jato. “É possível combater a corrupção sem fechar empresa?”, questionou Lula no final do seu discurso durante Plenária Nacional de Sindicalistas em Defesa da Democracia, do Estado de Direito e Contra o Golpe, ocorrida na tarde desta quarta-feira (23), na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, centro de São Paulo.

“A operação de combate a corrupção é uma necessidade para esse país. Mas é bom vocês se reunirem, fazerem uma pesquisa, por que quando tudo isso terminar pode ter muita gente presa, mas pode ter muito desempregado nesse país”, disse o ex-presidente.

De acordo com reportagem da Uol, sindicalistas já haviam expressado que a Operação Lava Jato estaria inibindo investimentos em toda a economia por conta da incerteza jurídica, e que, com a economia devagar há demissões.

Durante o evento, convocado por seis das principais centrais sindicais do país, Lula criticou o impacto da política econômica do governo sobre a criação de empregos e os salários, afirmando que na época da sua gestão os trabalhadores tiveram ganhos reais nos salários.

“Empresários falavam que o trabalhador aqui estava muito caro, muito valorizado, mas agora está ficando barato outra vez porque quando tem desemprego, é a primeira coisa que eles fazem: diminuir o salário do trabalhador. Por isso, é preciso mudar a política econômica”, disse. Lula afirmou ainda que “toda vez que se fala em corte, falamos em diminuir a capacidade de investimento do Estado”.

Ele voltou a atacar os meios de comunicação e relembrou o caso Escola Base, quando denúncias de pedofilia em uma escola de São Paulo no começo dos anos 1990 se mostraram falsas. “Eu sei que estão fazendo comigo. Mas, eles não sabem que sou um nordestino que não morreu até os 5 anos de idade, escapei da fome, cheguei na presidência. Não vou desistir por meia dúzia de acusações. Continuem acusando.

As centrais sindicais do país assinaram um manifesto em apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula. No documento, eles citaram o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e a deposição de João Goulart, em 1964. Diz o manifesto: “O momento requer unidade e demanda repúdio a atitudes antidemocráticas que, a pretexto do combate à corrupção, resultaram no suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e na deposição de João Goulart, em 1964”.

Lava Jato: em nota FBC afirma que contas foram aprovadas pela Justiça Federal

Fernando Bezerra

Em apenas uma linha, o Senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) se pronunciou sobre documento da Lava Jato em que o  nome dele estava listado em possível repasse da Odebrecht. O documento costa o nome de mais de 200 políticos. O parlamentar foi sucinto ao afirmar através de nota que “a doação foi feita via Diretório Nacional do PSB, cujas prestações de contas das campanhas municipais de 2012 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

Entenda o caso:

Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 24 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada nesta semana, pela força-tarefa da Operação Lava Jato. As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016.

Da região do Vale do São Francisco estão na lista os seguintes políticos: o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho (PC do B).

Foram relacionados nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

Senador e Prefeito da região do São Francisco, são citados na lista da PF no caixa 2 da Odebrecht

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Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 24 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada nesta semana, pela força-tarefa da Operação Lava Jato. As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016.

Da região do Vale do São Francisco estão na lista os seguintes políticos: o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho (PC do B).

As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG)Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

Em nota o prefeito Isaac Carvalho garante não ter recebido nenhuma doação oficial ou extraoficial da Odebrecht para sua campanha. O prefeito informa ainda que não existe sequer uma obra em Juazeiro – concluída ou em andamento – realizada pela Odebrecht e, portanto, não mantém nenhum tipo de ligação com a empreiteira. Ainda aguardamos a nota da assessoria do senador Fernando Bezerra, também citado na operação.

Com informações de Fernando Rodrigues

Vice-presidente do STF diz que Operação Lava Jato respeita as leis

Operação Lava Jato

A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou nesta quarta-feira, 23, que não há abuso do Poder Judiciário na Operação Lava Jato e que as leis estão sendo respeitadas. A ministra disse ainda que o impeachment não é golpe, desde que o processo respeite a Constituição. Questionada se há politização da Lava Jato Cármen Lúcia respondeu: “Não. Estão sendo observadas rigorosamente a Constituição e as leis”.

Para Cármen Lúcia, não há sinais do chamado ativismo judicial na Lava Jato, apontado por críticos do juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal do Paraná. “A atividade do Judiciário é acionada pelos interessados, pelo cidadão. O Poder Judiciário não atua isoladamente, não atua de ofício, como nós dizemos. Atua por provocação. Então, quando se fala em ativismo judicial, é que o Judiciário ultrapassaria (suas atribuições) e não há demonstração nenhuma de que isso esteja acontecendo”, afirmou Cármen Lúcia. A ministra esteve no Rio para receber o prêmio “Faz Diferença”, do jornal O Globo, na categoria Personalidade do Ano 2015.

Ao comentar discursos recentes da presidente Dilma Rousseff apontando como golpe a tentativa de impeachment, Cármen Lúcia afirmou que entendeu como um “alerta” de que a Constituição tem que ser respeitada. “Acredito que ela esteja exercendo, primeiro, a liberdade de expressão. Segundo, apenas um alerta no sentido de que é preciso que se observem as leis da República e isso com certeza, em um estado democrático, está sendo observado”, afirmou. “Não acredito que a presidente tenha falado que impeachment é golpe. Impeachment é um instituto previsto constitucionalmente. O que não pode acontecer de jeito nenhum é impeachment nem ou qualquer tipo de processo político-penal ou penal sem observar as regras constitucionais. Não há impeachment em andamento ainda, não tenho nenhuma dúvida que teremos que observar todas as regras constitucionais”, disse a ministra.

Com informações do Correio Braziliense.

Moro impõe sigilo à lista de políticos que receberam dinheiro da Odebrecht

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O juiz federal Sérgio Moro decidiu hoje (23) colocar em segredo de Justiça uma lista de pagamentos a cerca de 200 políticos, apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de um dos executivos da Odebrecht. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido anexada no processo sobre as investigações da 23ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Acarajé, e divulgada pela imprensa.

A lista cita políticos da oposição e do governo que receberam repasses da empreiteira. Nos documentos, não há juízo sobre a legalidade dos pagamentos. A construtora é uma das maiores doadoras a políticos.

“Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, argumenta o juiz.

Moro decidiu colocar a planilha, apreendida na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da empreiteira, por citar políticos que tem foro por prerrogativa de função e só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado”, decidiu Moro.

Lava Jato mira Odebrecht, casa de câmbio e agência de comunicação no Recife

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A Polícia Federal em Pernambuco cumpre nesta terça-feira seis procedimentos judiciais no Recife, sendo quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva, dentro da 26ª Fase da Operação Lava Jato, batizada de Xepa. Ao todo, a operação cumpre 110 mandados no Recife, no Distrito Federal e mais sete estados.

No Recife, três mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Boa Viagem, nas residências de dois suspeitos, em um estabelecimento comercial e em uma casa de câmbio Mônaco no bairro de Santo Antônio. Já os mandados de condução coercitiva têm como alvos um sócio da área de comunicação e um executivo da Odebrecht. Os investigados responderão pelos crimes de corrupção, evasão de divisas, organização criminosa e lavagem de ativos.

Os suspeitos conduzidos coercitivamente hoje serão ouvidos na sede da PF, no Cais do Apolo. Já os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Desdobramentos da Operação Acarajé
Os trabalhos são um desdobramento da 23ª fase – Operação Acarajé – depois que uma análise de parte do material apreendido revelou um esquema de contabilidade paralela do Grupo Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas. De acordo com a PF, o material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos do Grupo Odebrecht nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial. Ainda segundo a PF, há indícios concretos de que o grupo se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos.

Nesta terça-feira estão sendo cumpridos ao todo 67 mandados de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, onze de prisão temporária e quatro de prisão preventiva, tendo como alvos vários endereços não divulgados.Ao todo, cerca de 380 policiais federais cumprem 110 ordens judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.

Com informações de Diário de Pernambuco

Denominada como ‘xepa’ Lava Jato cumpre 110 mandados judiciais

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A Polícia Federal (PF) cumpre mandados da 26ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta terça-feira (22). Cerca de 380 policiais federais cumprem 110 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco. A atual fase foi batizada de ‘Xepa’ e tem como um dos alvos o Grupo Odebrecht.

Do total de mandados, 67 mandados são de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, 11 mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.

A atual fase é um desdobramento da 23ª fase, que foi batizada de Acarajé. A ação foi deflagrada no dia 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além de mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior e estão detidos na Superintendência da PF, em Curitiba.

Com informações G1

Nova fase da Lava Jato prende operador financeiro em Portugal

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A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (21) a 25ª fase da Operação Lava Jato e prendeu, em Portugal, o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Júnior. Investigado pela Lava Jato desde a 10ª fase, Schmidt é tido como sócio do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e estava foragido.

De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, investigadores da PF e do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) acompanharam autoridades portuguesas no cumprimento da prisão e também no cumprimento do mandado de busca em sua residência, na cidade de Lisboa.

Ainda segundo a PF, Schmidt deve permanecer preso em Portugal enquanto a possibilidade de extradição é analisada. “O compartilhamento de provas colhidas hoje auxiliarão nos trabalhos desenvolvidos pela equipe Lava Jato no Brasil”, concluiu a corporação, por meio de nota.

Com informações de Agência Brasil

Lula e Temer podem entrar no inquérito que apura formação de quadrilha por políticos que supostamente atuaram no esquema de corrupção na Petrobrás

michel-temer_lulaA Procuradoria-Geral da República deve pedir pedir a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Michel Temer no inquérito que apura formação de quadrilha por políticos que supostamente atuaram no esquema de corrupção na Petrobrás, segundo fontes ligadas à investigação. A investigação corre no Supremo Tribunal Federal desde março do ano passado e apura cerca de 40 pessoas, entre elas parlamentares e lideranças do PMDB, PT e PP.

Investigadores avaliam a possibilidade de que as menções feitas pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) em delação premiada sejam também incluídas na investigação que corre no Supremo e tenta mostrar o sistema organizado de políticos no recebimento de propina e benefícios oriundos de contratos da Petrobrás.

A delação de Delcídio, homologada nessa segunda-feira, 14, pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato na Corte, reforça a apuração sobre o PMDB e sobre o PT no inquérito, o que pode gerar a inclusão de Temer e Lula no rol de investigados.

“Aécio recebeu propina de Furnas e agiu para maquiar dados”, diz Delcído

Brasília- DF 10-03-2016 Senador Aécio Neves durante entrevista no salão Azul do senado.Foto Lula Marques/Agência PT

Brasília- DF 10-03-2016 Senador Aécio Neves durante entrevista no salão Azul do senado.Foto Lula Marques/Agência PT

Em delação premiada homologada nesta terça-feira (15), o ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS), acusou o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), de ter recebido propina da usina hidrelétrica de Furnas. Segundo os relatos do petista, que hoje pediu desfiliação do partido, Aécio agiu para maquiar informações do Banco Rural em poder da CPI dos Correios, presidida por Delcídio entre 2005 e 2006. As atividades do colegiado, somadas ao trabalho de órgãos investigadores competentes, resultaram no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a delação, a quebra dos sigilos do Banco Rural – que teve liquidação judicial decretada pelo Banco Central em 2013, oito anos depois do mensalão – compromete diversos políticos tucanos, entre os quais Aécio. A operação de “maquiagem” dos dados da instituição financeira teve a participação do atual governador do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), então deputado do PSDB e membros da CPI dos Correios.

Em 14 de fevereiro, Delcídio relatou a investigadores da Lava Jato, ainda na condição de preso (o senador está sob regime especial), que a quebra dos sigilos do Banco Rural provocou incômodo nos quadros do PSDB. “Aécio Neves enviou emissários para que o prazo de entrega das quebras de sigilo fossem delongados, com a justificativa, ‘entre aspas’, de que não haveria tempo hábil para preparar essas respostas; que um desses emissários foi o então secretário-geral do PSDB, Eduardo Paes”, diz trecho da delação, em que Delcídio admite ter sido convencido acerca da razoabilidade do pedido, depois percebendo que havia sido enganado.

“Foi com surpresa que o declarante percebeu, ao receber as respostas, que o tempo fora utilizado para maquiar os dados que recebera do Banco Central”, acrescenta o relato.

A acusação de que Aécio recebeu propina originada em Furnas foi feita em um depoimento dado por Delcídio em 12 de fevereiro. Na ocasião, o petista diz que o tucano recebeu o dinheiro ilícito de Furnas “sem dúvida”. Segundo Delcídio, o senador tucano tem uma ligação “muito forte” com o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo.

Com informações do Congresso em Foco

Ministro do STF homologa delação de Delcídio do Amaral

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O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça- a delação premiada firmada entre o senador Delcídio do Amaral (sem partido) e a Procuradoria Geral da República (PGR) para colaborar com as investigações da Operação Lava- Jato. Com o material homologado por Zavascki, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderá pedir novas investigações ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia 3 de março passado, a delação de Delcídio vazou para a imprensa. A revista IstoÉ divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) que teria 400 páginas. O senador acusou a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava-Jato por meio do Judiciário. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o Ministério da Justiça alegando sofrer pressões do PT.

Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Tal nomeação seria relevante para o governo”, pois o nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”, afirma a reportagem.

Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar “com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez.

Conforme a IstoÉ, Delcídio se reuniu com Navarro no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera, o que, segundo o senador, pode ser atestado pelas câmeras de segurança. No STJ, Navarro cumpriu a suposta orientação, mas foi voto vencido.
Na sua delação, Delcídio citou vários nomes, entre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.

Sigilo
O inteiro teor da delação de Delcídio ainda permanece sob sigilo. Esse segredo poderá poderá cair quando a PGR apresentar denúncias contra os suspeitos ou quando entender que a revelação dos depoimentos não poderia mais prejudicar as investigações.

STF julga habeas corpus de Marcelo Odebrecht na próxima terça

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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar na próxima terça-feira, o pedido de liberdade de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da maior empreiteira do País. O habeas corpus foi colocado na pauta da 2ª Turma nesta sexta-feira (11), pelo relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Teori Zavascki.

Preso desde junho do ano passado, Odebrecht foi condenado esta semana, pelo juiz federal Sérgio Moro, a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Em janeiro, em uma decisão monocrática, o presidente STF, Ricardo Lewandowski, havia negado o pedido de liberdade de Marcelo Odebrecht. Na decisão, o ministro afirmou que o empresário poderia obstruir as investigações da Operação Lava Jato se fosse solto.

Na mesma sessão, também será analisado os pedidos de liberdade de outros dois ex-diretores da empreiteira: Márcio Faria da Silva e Rogério Araújo. Os executivos também foram condenados esta semana e terão de pagar a mesma pena e pelos mesmos crimes de Marcelo Odebrecht.