Israel liberta 200 prisioneiros palestinos após Hamas soltar quatro reféns

Israel libertou 200 prisioneiros palestinos neste sábado, 25, como parte do acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas. A liberação ocorre após o Hamas libertar quatro reféns israelenses na manhã de hoje. Tel-Aviv optou por soltar os prisioneiros palestinos mesmo acusando o Hamas de ter violado o acordo de cessar-fogo.

Dos 200 prisioneiros, 70 não poderão retornar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Eles foram entregues as autoridades egípcias e cruzaram a fronteira para o país vizinho. O Egito foi um dos mediadores do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Os detentos foram libertados da prisão de Ofer, na Cisjordânia, e de outra instalação perto de Bersheba, no sul de Israel, segundo o comunicado do serviço penitenciário israelense.

Violação

O escritório do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste sábado, 25, que o Hamas violou o acordo de cessar-fogo ao libertar reféns soldados antes de todos os civis. Netanyahu exigiu a libertação da refém Arbel Yehud, uma civil que Israel considera que está viva.

Uma fonte do grupo terrorista Hamas afirmou à Agência Reuters que Arbel Yehud está viva e será libertada no próximo sábado, 1, mas Israel exige uma prova de vida da refém. De acordo com o documento aprovado de cessar-fogo, as mulheres civis deveriam ser libertadas antes dos soldados.

Em um comunicado, Netanyahu disse que permitiria a libertação dos 200 prisioneiros palestinos, mas não a volta de civis palestinos ao norte de Gaza, como estava previsto no acordo.

Fases do acordo

Na primeira fase do acordo, o grupo terrorista Hamas concordou em libertar 33 reféns dos quase 100 que ainda estão em Gaza em troca de mais de 1.000 palestinos que estão em prisões israelenses e uma retirada parcial das tropas de Israel em Gaza. Sete reféns já foram libertados nas últimas duas semanas.

Os detalhes da segunda fase ainda devem ser negociados durante a primeira fase. Esses detalhes continuam difíceis de resolver – e o acordo não inclui garantias por escrito de que o cessar-fogo continuará até que um acordo seja alcançado, sinalizando que Israel poderia retomar sua campanha militar após o término da primeira fase.

Caso um acordo seja realizado para a continuidade do cessar-fogo o grupo terrorista Hamas libertaria o restante dos sequestrados vivos, principalmente soldados homens, em troca de mais prisioneiros e da “retirada completa” das forças israelenses de Gaza, de acordo com o rascunho do acordo.

Em uma terceira fase, os corpos dos reféns restantes seriam devolvidos em troca de um plano de reconstrução de três a cinco anos que seria executado em Gaza sob supervisão internacional./com AP e NY

Estadão Conteúdo

Israel propõe novo plano de cessar-fogo com Hamas em Gaza, anuncia Biden

O presidente de Estados Unidos, Joe Biden, revelou nesta sexta-feira (31) que Israel propôs um novo plano para um cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, e exortou o movimento islamista palestino a aceitá-lo para acabar com quase oito meses de guerra.

“Israel ofereceu uma proposta nova e abrangente. São diretrizes para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns”, declarou o democrata de 81 anos. Suas declarações acontecem horas depois de as tropas israelenses chegarem ao centro de Rafah, intensificando sua guerra contra o Hamas apesar dos apelos internacionais para deter a ofensiva terrestre nessa cidade do sul de Gaza.

Segundo Biden, o plano de três fases proposto por Israel começaria com uma trégua que incluiria a retirada das tropas israelenses das áreas povoadas de Gaza por seis semanas e a troca de alguns reféns mantidos pelo Hamas por presos palestinos.

O cessar-fogo temporário poderia se tornar “permanente” se o Hamas “respeitar seus compromissos”, detalhou o presidente americano. A fase seguinte, explicou, incluiria a libertação de todos os reféns. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou, contudo, que a guerra só vai terminar com a “eliminação” política e militar do Hamas, que governa Gaza desde 2007.

O conflito eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando comandos islamistas mataram 1.189 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em informações oficiais israelenses. Os islamistas também sequestraram 252 pessoas. Israel afirma que 121 seguem como reféns em Gaza, das quais 37 teriam morrido.

Em resposta ao ataque do Hamas, Israel prometeu “aniquilar” o movimento e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que já provocou 36.284 mortes em Gaza, segundo o Ministério de Saúde do território palestino.

“Está na hora desta guerra acabar, de que comece o dia seguinte”, ressaltou Biden na Casa Branca. “Não podemos deixar passar este momento”, acrescentou. O novo plano proposto por Israel vem à tona após fracassos reiterados para pôr fim à guerra. O grupo islamista, considerado uma organização “terrorista” por Israel, Estados Unidos e União Europeia, insiste em que qualquer cessar-fogo deve ser permanente.

Seu líder político, Ismail Haniyeh, reiterou nesta sexta-feira que as principais demandas de sua organização – que incluem o cessar-fogo permanente e a retirada total de Israel – “são inegociáveis”. Em várias partes do sul de Gaza, a vida se tornou “apocalíptica” desde o início da ofensiva terrestre israelense contra Rafah no início de maio, alertou o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

O Exército israelense anunciou hoje que seus “comandos estão operando no centro” da localidade, onde “destruíram um depósito de armas” do Hamas. Também reportou a morte de dois soldados em Gaza, o que eleva para 292 o número de militares mortos desde o início da ofensiva terrestre no fim de outubro.

Antes de a operação israelense iniciar em Rafah, a ONU estimou que 1,4 milhão de pessoas buscavam refúgio na cidade. Desde então, um milhão já teria fugido do local, segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Testemunhas relataram bombardeios israelenses nas imediações de Rafah e em Nuseirat, no centro do território palestino.

Crise humanitária

A operação terrestre em Rafah permitiu que Israel tomasse o controle do corredor Filadélfia, uma faixa de 14 quilômetros ao longo da fronteira entre Gaza e Egito. O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, acusou o Hamas de usar esse corredor para transportar armas para a Faixa de Gaza através de túneis. O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, negou a existência destes túneis e acusou Israel de procurar justificativas para sua ofensiva em Rafah.

Egito e Israel culpam-se mutuamente pelo bloqueio da passagem fronteiriça de Rafah, crucial para a entrada de ajuda humanitária em Gaza e fechada desde que o Exército assumiu o controle do lado palestino no início de maio. A ONU alerta frequentemente para o risco de fome em Gaza, que está sob cerco israelense quase desde o início do conflito, em outubro.

O Escritório das Nações Unidas de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, sigla em inglês) afirmou que “a ajuda que entra [em Gaza] não chega à população”. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, conclamou Israel a “cessar sua campanha” contra a agência, em um artigo publicado no New York Times.

Israel acusou os funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro, o que levou vários países a interromper o financiamento. Na frente diplomática, o Parlamento de Eslovênia, país-membro da UE e da Otan, votará na terça-feira uma moção para reconhecer o Estado palestino, depois que Espanha, Irlanda e Noruega o fizeram.

Ademais, nos Estados Unidos, os líderes dos democratas e republicanos no Congresso convidaram Netanyahu para pronunciar um discurso dentro de algumas semanas aos legisladores.

AFP

Israel culpa Hamas pela retenção de brasileiros em Gaza

A embaixada de Israel em Brasília divulgou uma nota, no último sábado (4), afirmando que o grupo extremista Hamas é o culpado pela retenção dos brasileiros na Faixa de Gaza. Residentes do país naquela região não estão sendo inseridos nas listas de repatriação pela fronteira com o Egito, processo que teve início na última semana.

A nota se dá após o governo brasileiro questionar Israel e o Egito sobre os critérios utilizados na escolha de nacionalidades dos repatriados na missão. No último sábado, uma quinta lista foi publicada, mas nenhum brasileiro deixou o local até então. Ao todo, cerca de 2.700 pessoas já foram resgatadas de Gaza.

Segundo Jamil Chade, do UOL, a embaixada israelense responsabiliza os terroristas baseados em Gaza pela demora na liberação do grupo do Brasil, mas não explica o privilégio concedido a países aliados. O texto, segundo a reportagem, diz que os argumentos usados pelo Itamaraty e pelo Palácio do Planalto, de que há resistência em incluir os brasileiros nas listas de repatriação, são “mera alegação”.

A embaixada também utiliza a nota para reiterar os ataques sofridos em território israelense: “o Hamas é uma organização terrorista que sequestra, massacra, estupra e tortura centenas de pessoas de muitas nacionalidades…”. “O Hamas está atrasando a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e os utiliza de maneira desumana para se apresentarem como vítimas”, diz a nota.

Por fim, a embaixada afirma que Israel “está fazendo absolutamente tudo que pode e está ao seu alcance para que todos os estrangeiros deixem a Faixa de Gaza o mais rapidamente possível”.

JC Online

Israel declara guerra e diz que Hamas pagará “preço sem precedentes”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, declarou guerra contra os fundamentalistas islâmicos do Hamas, que atacaram, de surpresa, o país no início da manhã deste sábado (7/10). O líder gravou uma mensagem em vídeo para os israelenses em que afirma que “esta não é uma operação simples” e garantiu que “o inimigo pagará um preço sem precedentes”.

Esse é considerado o maior ataque contra Israel dos últimos anos. Os homens do Hamas invadiram as cidades israelenses durante uma ofensiva com mais de 5 mil foguetes disparados da Faixa de Gaza. Enquanto o fogo era lançado, os militantes armados entraram pela fronteira e começaram a invadir casas, matar soldados e civis e sequestrar israelenses.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram as cidades tomadas destruídas pelos foguetes, pânico dos moradores do país invadido e uma agressividade dos militantes. No início da operação, o comandante do Hamas publicou um vídeo e convocou os palestinos de todo o mundo para lutar.

Nas primeiras horas da invasão do Hamas, mais de 2,5 mil foguetes foram lançados contra Israel. Sirenes antiaéreas soaram nas principais cidades de Israel, inclusive em Tel Aviv e em Jerusalém. De acordo com a imprensa israelense, pelo menos 35 civis teriam sido sequestrados pelos militantes do grupo fundamentalista islâmico.

Diretor de vendas de uma empresa na área de high-tech e filho de brasileiros, Yanai Gilboa-Glebocki, 58 anos, mora em Bror Hayil, um kibbutz situado a 7,5km da fronteira com a Faixa de Gaza. Pelo menos 60% dos moradores de Bror Hayil são brasileiros, filhos e netos. Em entrevista ao Correio, Yanai contou: “Fomos surpreendidos de uma forma muito ruim”. “Lamentavelmente, tem muitos mortos e feridos. Soldados e civis foram sequestrados para dentro de Gaza. Tanques e jipes do Exército israelense foram capturados pelo Hamas. Dois, três ou até mais kibutzim estão sob controle do Hamas. A situação é ruim”, disse.

“Nós vamos ganhar e controlar tudo, mas as condições de início são péssimas e muito ruins.” O Correio apurou que Ofir Lipstein, prefeito do Conselho Regional de Sha’ar Hanegev, que congrega kibutzim do sul de Israel, foi morto durante troca de tiros com os militantes do Hamas.

Com informações do Correio Braziliense.