(Foto: Reprodução)
Grávidas aguardando sentadas na recepção do Hospital Materno Infantil, em Juazeiro durante a madrugada. Essa é a realidade das pacientes que precisam ser atendidas na cidade vizinha e a situação tem provocado revolta da acompanhantes e familiares das gestantes.
Um leitor que preferiu permanecer anônimo enviou um desabafo ao nosso Blog, onde relata uma situação ocorrida nessa semana na maternidade. Ele estava acompanhando uma amiga gestante e se deparou com várias grávidas em trabalho de parto, sem poder dar a luz por falta de leito.
Descaso
“É uma covardia, sem um leito para poder ter seu filho com dignidade e respeito. Só levam a gestante para um quarto quando ela já sofreu bastante”, relembra o leitor.
Ainda segundo a denúncia, a mulher grávida que ele acompanhava entrou em trabalho de parto, porém não havia um profissional para atendê-la. “Pior ainda foi quando percebi que ela estava começando a dar a luz em um quarto sozinha, sai correndo atrás de um médico e não tinha ninguém no posto médico”, afirma.
Outro lado
Por meio de uma nota, a Secretaria de Saúde (SESAU) de Juazeiro informou que o Hospital Materno Infantil está superlotado e na última segunda-feira (2), foi solicitado a não regulação de pacientes para a maternidade. Em relação ao atendimento, a SESAU afirma que as pacientes são avaliadas pelos médicos e equipes do hospital.
A nota lembra ainda que o Hospital Materno Infantil realizou 1.350 partos nos três primeiros meses do ano e é a única unidade de baixo risco da região. Confira a seguir a íntegra da nota:
NOTA SESAU
A Secretaria Municipal da Saúde informa que o Hospital Materno infantil encontra-se superlotado, assim como os demais hospitais da região e do Brasil. Na noite da última segunda-feira, 02 a direção da unidade solicitou À Central de Regulação Interestadual de Leitos (CRIL) a não regulação de pacientes para a maternidade municipal. Durante o plantão noturno foi fechado o plantão para regulação sem condições de receber as pacientes, mesmo assim os municípios que fazem parte da Rede PE-BA continuam enviando as gestantes para Juazeiro.
Na chegada à maternidade as pacientes são informadas sobre a superlotação e que não há leitos disponíveis para acolhê-las, mesmo assim o município realiza o atendimento e as mesmas ficam aguardando a liberação dos leitos para serem acomodadas com mais conforto. Todas as pacientes são avaliadas pelos médicos, os exames são realizados, as gestantes são assistidas pelas equipes. De janeiro a março foi realizado mais de 1.350 partos, uma média de 450 partos por mês, a maternidade de Juazeiro é a única de baixo risco na região e não existe outra unidade que possa atender essas gestantes.