Para Lira, impeachment não é prioridade e não há clima para medida extrema

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (23) que a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não está entre suas prioridades e que não vê clima para a “medida extrema”.

Questionado se abriria um processo de impeachment contra Bolsonaro, Lira lembrou que seu antecessor no cargo, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), não viu necessidade de dar sequência a pedidos protocolados e submetê-los a votação.

“E preciso ser franco com todos os senhores. Eu não vejo clima. É uma medida extrema, é uma medida de ruptura política”, afirmou o líder do bloco de partidos do centrão, que afirmou que o procedimento tem que ser tratado como “questões esporádicas”.

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Suspeita de participar da morte do marido, deputada Flordelis é nomeada para Secretaria na Câmara Federal

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Ré por suspeita de envolvimento na morte do marido, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi nomeada titular na Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. A informação está disponível desde ontem (2) no perfil da parlamentar, no site oficial da Câmara.

Flordelis é suspeita de tramar a morte do Pastor Anderson do Carmo. A deputada federal e cantora gospel também é investigada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, por quebra de decoro parlamentar, processo esse que pode culminar na perda do mandato.

No mês passado a Procuradoria de Justiça deu parecer favorável para afastar a deputada federal do cargo enquanto durar a primeira fase do processo criminal. Nessa semana ela celebrou a eleição de Arthur Lira (PP) como presidente da Casa.

Após eleição de Lira, Câmara dos Deputados escolhe membros da Mesa Diretora

Um dia após eleger Arthur Lira (PP-AL), a Câmara dos Deputados volta a se reunir às 18h dessa terça-feira (2), para escolher os membros da Mesa Diretora. Há cargos para 1º e 2º vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.

O processo eleitoral interno ocorre após Lira ter revogado a decisão do então presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) de aceitar o registro do bloco de partidos que apoiou o candidato Baleia Rossi (MDB-SP). Em seu primeiro ato no poder, Lira tornou o grupo de Rossi inexistente.

Ou seja, a Secretaria-Geral da Mesa foi convocada a refazer o cálculo da distribuição dos cargos, desconsiderando as candidaturas para os demais cargos que foram indicadas pelo bloco de Rossi.

Apoiado por Jair Bolsonaro, Arthur Lira vence eleição para presidir a Câmara Federal

 

A Câmara Federal acaba de elege o deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL), de 51 anos,  para presidir a Casa pelos próximos 2 anos.

O resultado representa também a vitória do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o agora ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) que apostou em Baleia Rossi (MDB-SP) para tentar impedir a influência do governo no Congresso.

Lira recebeu 302 votos, o que foi suficiente para vencer a eleição já no primeiro turno — eram necessários a maioria dos deputados presentes. Baleia teve 145 votos.

Saiba quem é Arthur Lira

Ele é filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP). É advogado e tem negócios no meio rural.

Está em seu 3º mandato na Câmara. Chegou à Casa em 2011. Antes, foi vereador em Maceió de 1993 a 1999. Depois, deputado estadual. Passou por PFL (hoje DEM), PSDB, PTB e PMN.

Ocupou postos importantes no Congresso, como a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e da CMO (Comissão Mista de Orçamento). Também foi líder do PP e do Centrão.

Esse grupo existe no Legislativo desde a Constituição, mas voltou a ganhar notoriedade durante a gestão de um antigo aliado de Lira: Eduardo Cunha (MDB-RJ), ex-presidente da Câmara que foi cassado e preso.

Assim como Cunha fizera, Lira aglutinou o Centrão em torno de si. Em 2019 e 2020 foi o deputado mais poderoso da Câmara depois do presidente, Rodrigo Maia.

O integrante do PP aproximou-se de Jair Bolsonaro ao longo de 2020. Intermediou e articulou a transformação de seu grupo político na Câmara em apoio ao governo. Assim, tornou-se o candidato favorito do Palácio do Planalto.

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