Ernesto Araújo nega ofensas à China e confirma que não houve recomendação para acelerar compra de vacina

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo negou ter feito ofensas ao Governo Chinês e confirmou orientação do Governo Federal para compra da cloroquina no enfrentamento à covid-19. O depoimento de Ernesto aconteceu na terça-feira (18) e ele também confirmou: não houve qualquer orientação para agilizar a compra de vacinas.

LEIA TAMBÉM

Ministro do STF concede a Pazuello direito de se calar em CPI da Covid

“Não me recordo de reuniões em que se falasse: ‘Olha, vamos comprar tal vacina ou não vamos comprar’. Exceção de uma reunião em março, final de fevereiro, que se decidiu que o presidente ia entrar em contato com o presidente da Pfizer para obtenção da vacina da Pfizer”, afirmou.

Cloroquina

“Em função de um pedido do Ministério da Saúde, procuramos tentar viabilizar uma importação do insumo para farmacêuticas brasileiras (…) Lembrando que a cloroquina é necessária para várias doenças crônicas e é importante que tenha seu estoque preservado no sistema de saúde e esse estoque havia baixado. Isso independe dos testes sobre eficácia para o tratamento da Covid”, disse.

Segundo Ernesto, a orientação sobre o medicamento sem comprovação contra a covid-19 veio do Ministério da Saúde. “Na minha atribuição nunca recebi uma relação de testes realizados. Essa atuação para liberar exportação de hidroxicloroquina da Índia foi uma importação a pedido do Ministério da Saúde e devidamente justificada”, ressaltou.

China

Sobre as ofensas à China, ele negou ter feito qualquer comentário que ofendesse os chineses. Contudo, em postagens na internet, Ernesto falou em “comunavírus” e inventou teorias para a disseminação da covid no país asiático. “Jamais provi nenhum atrito com a China, seja antes ou durante a pandemia. De modo que os resultados que obtivemos durante a pandemia decorrem de uma política externa que foi implementada de acordo com os nossos objetivos, mas não era uma política de alinhamento automático com os Estados Unidos, nem anti-multilateral e nem de enfrentamento com a China”, disse o ex-ministro.

Deixe um comentário