Putin rejeita trégua imediata na Ucrânia e impõe condições para paz

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou nesta quinta-feira (13), um cessar-fogo imediato na Ucrânia, defendendo mais discussões para obter um fim permanente para a guerra. Putin disse que qualquer pausa nos combates agora favoreceria os ucranianos, já que a Rússia está obtendo avanços rápidos no campo de batalha.

“A ideia (cessar-fogo) em si é boa, e é claro que a apoiamos, mas há questões que temos de discutir antes”, disse Putin, referindo-se pela primeira vez à proposta dos EUA de cessar-fogo de 30 dias. De acordo com Putin, a Rússia busca uma paz duradoura, mas precisa eliminar as “causas fundamentais” do conflito.  Entre as exigências estão o veto à adesão da Ucrânia à Otan e garantias de neutralidade do país, a desmilitarização e o reconhecimento da anexação de quase 20% do território ocupado pela Rússia. Putin exige ainda detalhes sobre o que seria permitido nos 30 dias de trégua e como ela seria verificada.

“Se pararmos de lutar por 30 dias, o que isso significa? Que todos que estão lá sairão sem lutar? Para a Ucrânia continuar sua mobilização? Para que os EUA forneçam mais armas para a Ucrânia? Quem determinará onde e quem violou a trégua? Essas são perguntas legítimas”, disse Putin. Quem também criticou a proposta americana foi Yuri Ushakov, conselheiro diplomático de Putin. “O cessar-fogo temporário proposto na Ucrânia não é nada mais do que um alívio para os militares ucranianos”, disse. “A trégua é apressada e não favorece uma solução de longo prazo.”

Pressão

Ao evitar uma rejeição total da proposta de cessar-fogo de Trump Putin tentou ontem se equilibrar entre não criticar abertamente a pressão pelo acordo e, ao mesmo tempo, impor suas próprias exigências e prolongar as negociações. O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que os comentários de Putin foram “previsíveis e muito manipuladores”. “Putin, é claro, tem medo de dizer diretamente a Trump que ele quer continuar essa guerra, quer matar ucranianos”, afirmou. “Ele estabeleceu tantas precondições que nada vai dar certo.”

Donald Trump, falando no Salão Oval após as declarações de Putin disse que o presidente russo “fez uma declaração promissora”, mas incompleta. “Adoraria me encontrar com ele, mas temos de acabar com isso rapidamente”, afirmou o americano, que garantiu que as conversas com o Kremlin estão em andamento. “Espero que eles façam a coisa certa.”Com suas tropas avançando rapidamente e retomando o território russo em Kursk, que a Ucrânia esperava usar como moeda de troca, o Kremlin tem pouco incentivo para interromper a guerra.

“Putin não está sentindo pressão nenhuma”, disse Konstantin Sonin, especialista da Harris School of Public Policy, da Universidade de Chicago. “Trump não tem nenhuma influência sobre ele, porque Putin acha que está ganhando.”

Estadão

 

 

Putin diz que apoia trégua apenas se conduzir a uma “paz duradoura”

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que apoia cessar as operações militares na Ucrânia, mas desde que isso leve a uma “paz duradoura”. É a resposta do líder russo à proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo imediato de 30 dias.

“A Rússia concorda com a proposta de cessar as hostilidades e a ação militar, mas presumimos que isso deve conduzir a uma paz duradoura e eliminar as causas profundas e originais desta crise”, declarou Putin durante uma conferência de imprensa no Kremlin.

Putin também disse que precisa acertar detalhes com os Estados Unidos e que estuda a possibilidade de uma nova conversa telefônica com Trump. O líder russo deve se reunir ainda hoje com o enviado especial da administração do presidente dos EUA, Steve Witkoff, que já chegou a Moscou.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o governo estava “pronto” para as negociações com o representante da Casa Branca, no entanto adiantou que existem exigências a serem feitas para se alcançar um acordo.A proposta da delegação norte-americana já foi prontamente aceita e aprovada pelos ucranianos

Diario de Pernambuco

Putin afirma querer a paz, mas não aceita ceder territórios conquistados da Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou hoje (07) estar pronto para discutir a paz com a Ucrânia, mas admitiu que não aceita perder nenhum dos territórios que as forças russas conquistaram em território ucraniano, pedindo ainda garantias de segurança para o seu país no futuro.

Putin afirmou que quer um acordo de paz com o governo de Kiev, mas se recusa a ceder os territórios que anexou desde o começo da guerra.  “Temos de escolher uma opção de paz que nos sirva e que nos garanta a paz para o nosso país a longo prazo”, disse.  Os russos controlam neste momento perto de um quinto do território ucraniano, o que corresponde a 113 mil quilômetros quadrados.

Já a predisposição e as evidências de Putin para negociar um acordo de paz vêm efetivamente a partir da nova administração de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos Donald Trump iniciou imediatamente conversações com Putin e suspendeu a ajuda militar e financeira à Ucrânia, apos um confronto com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky, juntamente com o seu vice-presidente, JD Vance, na Casa Branca. Moscou também rejeita completamente  a adesão da Ucrânia a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)  e também exige que as forças de Kiev retirem suas tropas militares de quatro regiões parcialmente controladas pelos russos.

Apoio incondicional europeu

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu hoje, em Bruxelas, na cúpula extraordinária que acontece dos líderes da União Europeia (UE), da qual foi convidado, ajuda na produção militar para o seu país. Zelensky também agradeceu o apoio dos europeus desde o começo da guerra.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, anunciou esperar que os líderes da UE tomem decisões e apresentem resultados no decorrer da conferência e garantiu que a Europa vai defender a Ucrânia.  “A segurança e a defesa da Europa não estão separadas, porque a segurança e a defesa da Ucrânia reforçam a defesa europeia. Continuaremos com vocês agora e continuaremos no futuro, em negociações de paz individuais, quando vocês decidirem que é o momento certo para negociar e, mais importante, no futuro como Estado-membro da União Europeia”, reforçou Costa a Zelensky.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou ao líder  ucraniano que a Europa e a Ucrânia se encontram num momento decisivo.“A Europa enfrenta um perigo claro e imediato e deve ser capaz de se proteger e defender, tal como nós devemos dar à Ucrânia os meios para se proteger e trabalhar para uma paz justa e duradoura”, garantiu von der Leyen.

Para a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, o bloco europeu deve se fortalecer para desenvolver as relações com os Estados Unidos. “Temos sido aliados de longa data, temos muitas relações entre nós e precisamos continuar a desenvolvê-las. A administração norte-americana também está olhando para nós para sermos mais fortes. Quando a Europa é mais forte, também somos, aos seus olhos, parceiros mais fortes”, indicou Kallas.  A alta representante para a Política Externa da UE referiu ainda que a retirada de apoio à Ucrânia anunciada pela Casa Branca se trata de uma aposta perigosa para o futuro do país.

“É por isso que estamos aqui hoje e também estamos a discutir o que mais podemos fazer do lado europeu”, referiu, acrescentando que a UE não deve subestimar o seu poder, sobretudo econômico. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também declarou que o plano para rearmar a Europa já era esperado há muito. “A Europa tem de aceitar este desafio, esta corrida ao armamento. E tem de vencê-lo. A Europa como um todo é verdadeiramente capaz de vencer qualquer confronto militar, financeiro e econômico com a Rússia, somos simplesmente mais fortes”, completou Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia.

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