Gel anticoncepcional masculino tem 99% de eficácia, diz pesquisa

Cientistas têm desenvolvido um gel anticoncepcional masculino, que está sendo produzido pela empresa de biotecnologia Contraline, nos EUA, para bloquear a saída de espermatozoides do corpo do homem nas ejaculações. A pesquisa foi feita com mais de 1,5 mil voluntários de diferentes idades. O contraceptivo foi injetado no canal deferente deles — o tubo que transporta os espermatozoides dos testículos para fora do corpo — em uma consulta médica, após receberem uma anestesia local.

Todos os participantes continuaram a ter ejaculações, mas a contagem de espermatozoides caiu de 99% a 100% apenas um mês após o procedimento, mostrando que o método de contracepção foi eficaz na prevenção da saída dos espermatozoides do corpo. “Os pesquisadores visam desenvolver um método de contracepção masculino parecido com a vasectomia, como uma vantagem de ser reversível de forma mais fácil”, avalia o Dr. Eduardo Pimentel, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

“A pesquisa desenvolveu um gel que é injetado, com uma agulha bem fina, no ducto deferente”, explica o urologista. O médico acrescenta que o gel funcionaria como uma “rolha” ou tampão” do ducto, impedindo que os espermatozoides saiam. A Contraline espera que o gel (chamado “Adam”) receba aprovação da Food and Drug Administration, agência equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, como um novo medicamento experimental ainda este ano para o início dos testes clínicos, e chegue ao público até 2027.

Correio Brasiliense

HPV: um a cada três homens está infectado pelo vírus no mundo

O novo artigo da revista científica The Lancet Global Health divulgado nesta terça-feira (05/09) mostra que um a cada três adultos jovens entre 18 e 35 anos estão infectados com ao menos algum tipo do papiloma vírus humano (HPV), precursor do câncer de colo de útero em mulheres. Os dados foram coletados entre os anos de 1995 e 2022.

O HPV é a infecção viral sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo. Pesquisas mostraram que a maioria dos homens e mulheres sexualmente ativos terão pelo menos uma infecção genital por HPV durante suas vidas. Ainda de acordo com o artigo da The Lancet, existem mais de 200 tipos do vírus que podem ser transmitidos e todos os anos mais de 340 mil mulheres morrem de câncer de colo de útero no mundo. Nos homens, a doença se manifesta clinicamente com verrugas genitais, associadas aos cânceres de pênis e anal.

O estudo e as estimativas enfatizam a importância de incorporar os homens em estratégias abrangentes de prevenção, principalmente para reduzir a mortalidade relacionada com o vírus e a eliminação do cancro do colo de útero nas mulheres.

Vacinação

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há duas estratégias para eliminar a incidência do câncer de colo de útero em mulheres no mundo. São elas: o rastreamento da doença e a vacinação contra o HPV.

O rastreamento do câncer deve ser feito desde as mulheres que não apresentam sintomas e podem se sentir perfeitamente saudáveis até aquelas que apresentam lesões pré-cancerosas. A triagem também pode detectar o câncer em um estágio inicial, fazendo com que o tratamento tenha um alto potencial de cura.

Ainda de acordo com a OMS, existem atualmente duas vacinas que protegem contra o HPV 16 e o 18, que são conhecidos por causar pelo menos 70% dos casos do câncer. As vacinas também podem ter alguma proteção cruzada contra outros tipos menos comuns de HPV, como o 6 e 11, causadores de verrugas anogenitais.

Importante ressaltar que ambas as vacinas funcionam melhor se administradas antes da exposição ao HPV, por isso, a OMS recomenda a vacinação para meninas com idades entre 9 e 13 anos.

CorreioBrasiliense