Líderes mundiais reagem à morte do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter

O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter faleceu neste domingo (29), aos 100 anos, na sua casa em Plains, no estado da Geórgia, ao lado de familiares. O democrata, que governou os EUA entre 1977 e 1981, também venceu o Prêmio Nobel da Paz, em 2002, quando intermediou a paz entre Israel e Egito.

Entre 1943 e 1961 Carter serviu à Marinha dos EUA, chegando ao posto de Tenete. Em 1963 foi eleito senador do estado da Geórgia, uma espécie de deputado estadual. Em 1970 foi eleito governador do mesmo estado, cargo que ocupou entre 1971 e 1975.

Em 1976 foi escolhido como candidato democrata para a presidência em uma eleição considerada fácil, já que o candidato republicano Gerald Ford, apesar de ser o presidente titular, não havia sido eleito para o cargo, tendo assumido após a renúncia do vice-presidente Spiro Agnew, em 1973, e do presidente Richard Nixon, em 1974, devido ao escândalo do Caso Watergate, de 1972.

Esta foi a primeira vez em que um presidente titular foi derrotado desde 1932. Carter, no entanto, teria o mesmo azar de Ford em 1980, quando, disputando a reeleição, foi derrotado pelo republicano Ronald Reagan com quase 10% de diferença. Curiosamente, Gerald Ford foi o presidente mais longevo dos EUA, chegando aos 93 anos, até o próprio Carter ultrapassá-lo, em 2017.

Entre o domingo e a segunda-feira (30), diversos políticos prestaram as suas homenagens ao ex-presidente, em suas redes sociais:

Presidente dos EUA Joe Biden e primeira-dama Jill Biden: “Por mais de seis décadas, tivemos a honra de chamar Jimmy Carter de um querido amigo.  “No entanto, o que é extraordinário sobre Jimmy Carter é que milhões de pessoas pela América e pelo mundo que nunca o conheceram também pensam nele como um amigo”.

Presidente eleito dos EUA Donald Trump: “Acabei de escutar notícias acerca do falecimento do Presidente Jimmy Carter. Aqueles de nós privilegiados de servir como Presidente entendem que este é um clube muito exclusivo e só nós podemos compreender a enorme responsabilidade de liderar a Maior Nação da História. “Os desafios que Jimmy encarou como presidente vieram em um momento crucial para o nosso país e ele fez tudo que estava ao seu alcance para melhorar a vida de todos os americanos. Por isso, todos nós lhe devemos muita gratidão. “Melania e eu enviamos nossos calorosos sentimentos à Família Carter e os seus entes queridos durante este momento difícil. Nós pedimos encarecidamente a todos que tenham eles em seus corações e preces”.

Presidente da França Emmanuel Macron

“Durante toda a sua vida, Jimmy Carter defendeu os direitos das pessoas mais vulneráveis e, incansavelmente, combateu pela paz. A França envia os seus pensamentos emocionados à sua família e ao povo americano”.

Primeiro-ministro britânico Keir Starmer:“Eu recebei com muita tristeza o falecimento do Presidente Carter e gostaria de pagar um tributo à suas décadas de serviço público altruísta. “A sua presidência será lembrada pelos históricos acordos de Camp David entre Israel e Egito, e foi essa sua dedicação eterna a paz que o fez receber o Prêmio Nobel da Paz. “Motivado por sua forte fé e valores, o Presidente Carter redefiniu a pós-presidência com um admirável comprometimento à justiça social e direitos humanos em sua pátria e no exterior. “Fosse apoiando eleições ao redor do mundo e divulgando soluções de tratamento médico através do Centro Carter ou construindo casas com Habitação para a Humanidade já em seus noventa anos. Jimmy Carter viveu, com o seus valores, a serviço dos outros, até o fim de sua vida. “Meus pensamentos estão com a sua família e amigos neste momento”.

Rei Charles III da Inglaterra: “Foi com grande tristeza que eu soube da morte do ex-presidente Carter. “Ele foi um servidor público dedicado e devotou a sua vida à promover paz e direitos humanos. A sua dedicação e humildade serviram como inspiração para muitos e eu me recordo com bastante carinho de sua visita ao Reino Unido em 1977. “Meus pensamentos e preces estão com a família do Presidente Carter e com o povo americano neste momento”.

Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky: “Expressamos as nossas mais sinceras condolências ao povo americano e à família do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter pelo seu falecimento. Ele foi um líder que serviu em uma época em que a Ucrânia ainda não era independente, mas o seu coração permaneceu firmemente conosco na nossa luta contínua pela liberdade. Apreciamos profundamente o seu firme compromisso com a fé cristã e os valores democráticos, bem como o seu apoio inabalável à Ucrânia. Ele dedicou sua vida à promoção da paz no mundo e à defesa dos direitos humanos. Hoje, lembremo-nos: a paz é importante, o mundo deve permanecer unido na oposição àqueles que ameaçam estes valores. Que sua memória seja eterna”.

Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva: “Jimmy Carter foi senador, governador da Geórgia e presidente dos Estados Unidos. Foi, acima de tudo, um amante da democracia e defensor da paz. No fim dos anos 70, pressionou a ditadura brasileira pela libertação de presos políticos. Depois, como ex-presidente, continuou militando pela promoção dos direitos humanos, pela paz e pela erradicação de doenças na África e na América Latina. “Carter conseguiu a façanha de ter um trabalho como ex-presidente, ao longo de décadas, tão ou mais importante que o seu mandato na Casa Branca. Criticou ações militares unilaterais de superpotências e o uso de drones assassinos. Trabalhou junto com o Brasil na mediação de conflitos na Venezuela e na ajuda ao Haiti. Criou o Centro Carter, uma referência mundial em democracia, direitos humanos e diálogo. Será lembrado para sempre como um nome que defendeu que a paz á mais importante condição para o desenvolvimento. “Meus sentimentos aos seus familiares, amigos, correligionários e compatriotas nesse momento de despedida”.

Bahia Notícias

Morre Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, aos 100 anos

Morreu neste domingo (29) aos 100 anos Jimmy Carter, presidente dos EUA entre 1977 e 1981, em sua casa, em Plains, Geórgia, a mesma cidade onde nasceu.

“Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta”, disse seu filho, Chip Carter, em um comunicado. “Meus irmãos, minha irmã e eu o compartilhamos com o mundo por meio dessas crenças comuns. O mundo é nossa família pela maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas.”

Na Casa Branca, Carter foi crítico a ditaduras latino-americanas, como as de Pinochet, no Chile, e à ditadura militar no Brasil.Carter estava sob cuidados paliativos em sua casa, desde fevereiro de 2023. A causa da morte não foi i ediatamente informada. A fundação que leva seu nome disse que haverá homenagens nas cidades de Atlanta e Washington, além de Plains; ainda não há informações sobre o funeral.

O político, filiado ao Partido Democrata, foi senador e governador do estado da Geórgia antes de chegar à Presidência, marcada por uma grave crise econômica e esforços de paz em todo o mundo. Uma disputa diplomática com o Irã resultou no sequestro de 52 americanos na embaixada em Teerã em 1979. Os reféns só foram soltos 444 dias depois, já na gestão do presidente Reagan, e o caso manchou a reputação de Carter, criticado por lidar de forma desastrosa com o evento.

Ele continuou atuando politicamente por meio da Fundação Carter, criada por ele em 1982, e organizou missões diplomáticas pelo mundo. Após sair da Casa Branca, foi reconhecido como ícone na luta pelos direitos humanos e pela democracia.

Ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2002 em reconhecimento ao seu “esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, impulsionar a democracia e os direitos humanos e promover o desenvolvimento econômico e social”.

Centenário, Carter viveu mais do que qualquer outro ex-presidente na história dos EUA. “Tive uma vida maravilhosa”, disse Carter a repórteres em Atlanta em 2015. “Tive milhares de amigos. E tive uma existência emocionante, aventureira e gratificante.”

Carter escreveu mais de duas dezenas de livros, desde um livro de memórias presidenciais a um livro infantil e poesia, além de obras sobre fé religiosa e diplomacia. Seu livro “Faith: A Journey for All” (fé: uma jornada para todos) foi publicado em 2018.Vida

G1 Globo