CPRH promove consultas públicas para discutir estudo voltado ao Refúgio de Vida Silvestre Tatu-bola

A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) vai realizar, entre os dias 2 a 4 de abril, consultas públicas no Sertão de Pernambuco. Os municípios de Petrolina e Lagoa Grande vão receber o evento, por fazerem parte da área de abrangência da unidade de conservação estadual.

O objetivo é discutir o estudo técnico sobre os conflitos socioambientais no Refúgio de Vida Silvestre Tatu-bola, buscando a construção de estratégias sustentáveis para garantir a preservação da fauna e flora local. O evento é aberto a órgãos ambientais, entidades públicas, organizações não governamentais, proprietários de terras, representantes do setor empresarial, comunidade acadêmica e a população em geral. O estudo técnico está disponível para consulta no site da CPRH.

Cronograma:
2 de abril (às 15h) – sede da Associação Comunitária dos Pequenos Agricultores de Baixa Alegre, zona rural de Petrolina.
3 de abril (às 9h) – quadra poliesportiva da Comunidade de Jutaí, zona rural de Lagoa Grande.
4 de abril ( às 9h) – quadra poliesportiva da Comunidade Açude Saco II, zona rural de Lagoa Grande, na divisa com Santa Maria da Boa Vista.

G1 Pettrolina

Estado reforça ações contra vírus em aves migratórias que cruzam o Sertão

A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado (Adagro) e a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) reforçam ações contra o vírus do grupo paramixovírus aviário, que provoca a Doença de Newcastle (DNC). Segundo portaria 702/2024, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), é  doença viral contagiosa.

Segundo a Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH), aves silvestres migratórias, conhecidas como avoantes ou arribaçãs, apareceram mortas nos municípios de Afrânio, Santa Maria da Boa Vista e Dormentes, no Sertão de São Francisco. Amostras das aves foram coletadas pela Adagro e encaminhadas à análise do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA),  em Campinas (SP).

Ele é referência em diagnóstico de casos de síndrome respiratória e neurológica das aves. O resultado da análise laboratorial deu positivo para a Doença de Newscastle. De acordo com gerente estadual de defesa animal da Adagro, Samy Bianchini, novos casos de aves doentes e mortas pelo vírus foram notificados pela Adagro nos municípios de Lagoa Grande, Parnamirim e Orocó, entre os dias 8 e 14 de agosto.

Para a diretora de defesa e inspeção animal da Adagro, Glenda Holanda, “diante desta mortandade em aves de arribaçã, além do trabalho integrado entre os órgãos estaduais e as prefeituras, é necessário o reforço junto à população para que notificações de novas ocorrências sejam feitas o mais rápido possível à Adagro e que os produtores mantenham as aves de criação longe do contato de aves silvestres”, ressaltou a diretora da Agência de Defesa Agropecuária de Pernambuco.

Os animais acometidos pela doença apresentam dificuldade para respirar e para voar, andam cambaleantes, tem diarreia e edema na cabeça. Esses são os principais sintomas das aves afetadas, segundo a Adagro. E, apesar de ser fatal para algumas espécies de aves, “não tem a mesma repercussão na saúde humana. Ou seja: não causa perigo iminente às pessoas”, explicou o gerente do setor de Gestão de Fauna da CPRH, Iran Vasconcelos. O vírus Newcastle foi registrado pela primeira vez, no Brasil, no ano de 1953.

O diretor-presidente da Agência CPRH, José de Anchieta dos Santos, ressaltou que “a migração do bando em que houve a mortandade das aves encontra-se centralizado no Sertão do São Francisco, em um intervalo geográfico de cerca de 400 km do Agreste, onde está localizado o maior polo aviário do estado. Esse panorama traz segurança aos aviários comerciais importantes, assim como para a sociedade, não afetando a economia do estado”.

Entre as medidas emergenciais que estão sendo adotadas pelo Governo do Estado no enfrentamento ao vírus, está a notificação de todas as ocorrências recebidas, desde as informadas pelos produtores da região até aquelas notificadas pelas prefeituras ou via Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias. A identificação dos locais onde as aves migratórias estão fazendo pouso também é outra estratégia fundamental, executada pela CPRH, para monitorar e mapear o caminho feito pelo vírus. “Essas aves costumam pousar em local favorável à sua alimentação, descanso e reprodução da espécie”, explicou Anchieta.

A partir desta semana, a CPRH também deverá atuar junto a instituições com especialistas em migrações de aves silvestres – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Univasf, Universidade Federal do Agreste de Pernambuco em  Garanhuns e no Centro de Manejo de Fauna Silvestre (Cemafauna), da Univasf, em Petrolina – para que pesquisadores, junto com os técnicos, consigam ter uma compreensão macro do fenômeno, a fim de que o Governo do Estado tome medidas preventivas e mitigatórias.

Segundo a CPRH, as aves chegaram ao estado pelo município de Afrânio, que faz divisa com os estados da Bahia e do Piauí. “A arribaçã é uma ave migratória e, neste período, faz passagem por Pernambuco. Acredita-se que as aves mortas foram contaminadas pelo vírus, ao consumirem alimento de galinhas não vacinadas e criadas em quintais. Nossa missão é evitar que o vírus se propague”, reforçou José de Anchieta.

A previsão da CPRH é de que as aves se movimentem neste momento para o Sertão Central, depois para o Sertão do Araripe e, em seguida, para o Piauí, sempre no sentido do fluxo das chuvas. Um ponto de alerta da Agência Estadual de Meio Ambiente é a respeito da captura ilegal de animais silvestres. “A mortandade das aves migratórias ocorreu em áreas de rica biodiversidade, onde muitas vezes são capturados animais silvestres, sobretudo aves, o que se configura crime ambiental. Neste momento crítico, alertamos para que a população obedeça à legislação ambiental, inclusive para não oportunizar a propagação do vírus, tendo em vista que a doença se propaga não só em galinhas e pombos, mas também em outras espécies de aves e outros animais”.

Como denunciar
Também é possível notificar as ocorrências através da Ouvidoria da Adragro (0800 081 1020), do WhatsApp (81) 99488-2976 e também via Internet, na ferramenta Sisbravet, disponível do site do Ministério da Agricultura e Pecuária. Adagro e CPRH recomendam ainda que as pessoas não manuseiem aves silvestres, especialmente se estiverem doentes ou mortas. Caso seja necessário, é fundamental o uso de luvas.

Diário de Pernambuco

CPRH e Ibama repatriam 98 animais de Pernambuco para os estados da Bahia e São Paulo

A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) anunciou uma ação em conjunto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que repatriou 98 animais que estavam sob os cuidados do  Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) Tangará, unidade gerida pela CPRH, e que não são originários da fauna pernambucana.

Segundo o CPRH, os animais, parte deles foram levados esta semana para o Sul da Bahia onde passarão por nova avaliação, outros seguiram para o estado de São Paulo. Entre as espécies, estão: Araras Vermelhas, bicudos, papagaio de peito Roxo, coleirinhos e ararajuba.

Ainda segundo a CPRH, as araras-vermelhas e a ararajuba serão integradas em projetos de conservação das espécies. “Esses animais estão sendo enviados para áreas onde não existem mais em vida livre. A Ararajuba, por exemplo, é uma espécie ameaçada de extinção. Esses animais serão importantes para os projetos de conservação e para manutenção das espécies em seus habitats de origem.”, explicou Joice Brito, gestora do Cetras.

Ao todo, foram repatriadas 16 araras vermelhas, 65 coleiros, seis bicudos, quatro arapongas, um tie tinga, uma ararajuba, um papagaio de peito roxo, e quatro pintassilgos mineiro. De acordo com a CPRH, os animais chegaram ao Cetras através de ações de fiscalização, apreensão ou entrega voluntária. Antes da repatriação eles passaram por um processo de avaliação, exames, tratamento e reabilitação.

Diário de Pernambuco