
Após 3 Km de cachoeira, Rio Salitre secou.
Quando se fala em resistência, pensa-se em luta e é assim que as comunidades no entorno do Rio Salitre, afluente do São Francisco, sobrevivem. O rio que nasce na localidade de Boca da Madeira, no município de Morro do Chapéu (BA), percorre cerca de 333 quilômetros até desaguar em Juazeiro, onde se torna perene por causa da instalação de adutoras, auxiliando quem tira dele a sua subsistência.
Na região de Juazeiro, o rio percorre o Projeto Salitre, que conta atualmente com 255 lotes agrícolas destinados a pequenos produtores rurais e 68 empresariais em uma área de 5.098 hectares onde 1,5 mil hectares correspondem a área irrigada cultivada.
Segundo os produtores, enquanto se espera por soluções permanentes para a gestão adequada na região há mais de 40 anos, já se registrou episódios de violência e prejuízos pela disputa da água.
De acordo com a agente de saúde Maria Angélica Lemos Soares, moradora da comunidade, a situação de quem vive na região é de preocupação.
“O Salitre já deixou de ser perene há alguns anos, e hoje vemos com grande preocupação a falta de conscientização de muitos que insistem em utilizar esse recurso sem os cuidados necessários. A região da cachoeira é um dos exemplos mais evidentes dos abusos. Aproximadamente 3 Km depois da queda d’água, o rio já não existe mais”, relata.