Presos homens acusados de racismo contra famosos

tais araujo

Cinco homens foram presos acusados de integrar o grupo que publicou ofensas racistas na internet contra as atrizes Taís Araújo, Chris Vianna, Sheron Menezzes e a jornalista Maria Júlia Coutinho. A ação aconteceu em sete Estados – Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul – para cumprir quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Uma quinta prisão foi a de um homem que tinha em seu computador imagens pornográficas de crianças com idades entre um e cinco anos.

De acordo com o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, a intenção do grupo era chamar atenção e, para isso, escolhia pessoas públicas. Os integrantes do grupo, então, passavam a fazer uma série de postagens contra essas pessoas.

Ainda segundo Thiers, havia uma espécie de “código de conduta” e os que não participassem poderiam ser punidos.

Taís Araújo
Taís teve o seu perfil no Facebook atacado na noite de 31 de outubro do ano passado. Ela reagiu e anunciou que levaria o caso à polícia. Na rede social, escreveu: “É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça”.

Em solidariedade, espalhou-se na web a hashtag #SomosTodosTaísAraújo. Em julho do ano passado, a jornalista Maria Júlia Coutinho, da Rede Globo, também foi alvo de insultos racistas na internet.

Pernambucano está entre acusados de publicar ofensas racistas contra Maju Coutinho

maju coutinho

Um pernambucano de 30 anos, morador de Paulista, no Grande Recife, está entre os suspeitos de integrar o grupo responsável pelas ofensas racistas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, da TV Globo. Na última sexta-feira (11), o técnico em rede de computadores negou fazer parte desses grupos e que tenha feito alguma ofensa racista contra a jornalista, durante interrogatório feito pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

De acordo com o coordenador do Gaeco, o procurador de Justiça Ricardo Lapenda, as informações colhidas serão enviadas para o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo nota do MPPE, a suspeita de que o suspeito estaria envolvido com o crime partiu do Gaeco do MPSP, que solicitou apoio do MPPE para cumprir o mandado de busca e apreensão na casa dele. Na ocasião, o acusado não estava em casa, mas equipamentos foram apreendidos e devem passar por perícia.

Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, em oito Estados. Os envolvidos podem responder por racismo, injúria qualificada, organização criminosa e corrupção de menores.

HISTÓRICO – A jornalista Maria Julia Coutinho, também conhecida como “Maju”, foi vítima de racismo em julho na página oficial no Facebook do Jornal Nacional, telejornal da Rede Globo, onde fala sobre a previsão do tempo. Os comentários pejorativos foram feitos em uma postagem onde a foto da jornalista foi utilizada. “Só conseguiu emprego no Jornal Nacional por causa das cotas. Preta imunda”, publicou um internauta. Maju chegou, inclusive, a ser comparada a um animal: “Alguém poderia jogar um biscoito para ela, logo?”, escreveu outro internauta.

Após as agressões desenfreadas, alguns internautas partiram em defesa da jornalista e contra o ato de racismo praticado. “Aos racistas um aviso: internet não é terra sem lei e se vocês acham que podem destilar toda a podridão que existe no interior de vocês só porque usam fakes, estão enganados. Espero que vocês se ferrem muito”, dizia um comentário. (JC Online)

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