Charge do dia:
Cunha afirma que não vai renunciar; deputados repercutem operação da PF
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, voltou a afirmar nesta terça-feira (15) que não vai renunciar ao cargo: “Não há a menor hipótese. De jeito nenhum”. Cunha foi um dos alvos da operação em que a Polícia Federal cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em várias capitais. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato, na qual Cunha foi citado em delações premiadas e é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
As buscas em relação ao presidente da Câmara se concentraram na residência oficial, em Brasília, e em sua casa e escritório, no Rio de Janeiro. As dependências da Câmara dos Deputados também receberam agentes da Polícia Federal.
Eduardo Cunha disse que é inocente, está tranquilo e confiante na Justiça. Para ele, a operação de busca e apreensão foi um sinal de que ainda não havia provas contra ele nos inquéritos em andamento. Ele considerou a investigação normal, mas disse estranhar o momento da operação: “Até aí, nenhum problema, nada demais; faz parte de qualquer tipo de processo investigativo. O que eu estranho é que, no dia do Conselho de Ética e na véspera da decisão do processo de impeachment [pelo STF], de repente deflagram uma operação que está em cima de um inquérito que tem uma denúncia feita há quatro meses. Depois a denúncia foi aditada”.
O presidente reclamou da transcrição do vídeo da delação, conseguida há 15 dias. “A transcrição que foi feita do vídeo da delação é criminosa e não retrata o que está no vídeo”, afirmou.
Catilinárias: saiba a origem do nome da operação da PF
A nova fase da Lava Jato foi denominada de Operação Catilinárias, em referência a quatro discursos proferidos pelo cônsul romano Marco Túlio Cícero (106 a.C. – 43 a.C.) contra o senador Lúcio Catilina, acusado de tentar dissolver o Senado e tomar o poder em Roma.
As Catilinárias de Cícero representam um dos mais importantes discursos de Marco Túlio Cícero recitado no Templo de Júpiter em 8 de novembro de 63 a.C., local para onde tinha sido convocado o Senado de Roma.
A frase que abre o discurso de Cícero e uma das mais conhecidas é “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?”
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu o pedido de análise de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no dia 2 de dezembro. A medida não obriga a presidente a deixar o Planalto imediatamente; a Câmara ainda irá analisar o processo. Caso os deputados aprovem o afastamento, ela ficará fora do cargo por 180 dias, enquanto o Senado faz o julgamento. Nesse tempo, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), assumiria interinamente o governo até a decisão final. (Folha Press)
Cunha defende rompimento imediato do PMBD com o governo
Após a operação de busca e apreensão nas casas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta terça-feira (15), o parlamentar deu entrevista acusando o Partido dos Trabalhadores (PT) de ser o “responsável pelo assalto que ocorreu no Brasil”, como ele definiu o escândalo envolvendo a Petrobras.
Cunha diz estar tranquilo com as buscas que ocorrem na residência oficial de Cunha, em Brasília, e na casa do parlamentar, no Rio, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). “Não estou nem um pouco preocupado com a operação da PF, mas estranho muito”, afirmou “Sou desafeto do governo e todos sabem disso”. Durante a entrevista, Cunha defendeu ainda o rompimento imediato do PMBD com o governo.
Operação da PF
O deputado federal é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-geral da República (PGR) nas investigações da Operação Lava-Jato. Ações também foram realizadas em vários estados e em gabinetes do Congresso Nacional. As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Segundo a PF, foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.
PF investiga superfaturamento em obras de transposição do São Francisco
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (11) a Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, que investiga o superfaturamento de obras de engenharia executadas por empresas em dois dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco. Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas.
Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.
Segundo a PF, as investigações apontaram que algumas empresas ligadas à organização criminosa estariam em nome de um doleiro e também envolvem um lobista, ambos investigados na Operação Lava Jato.
Estão sendo cumpridos 32 mandados judicias, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão, em Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul, Bahia e Brasília. Cerca de 150 policiais federais participam da operação.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.
A PF explicou que o nome da operação, Sinhá Vitória, representa a mulher do sertão, que não se rende à miséria. Uma personagem descrita no livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, como uma mulher forte, que fazia as contas do pagamento recebido do dono da fazenda onde trabalhavam sempre chegando à conclusão de que eram roubados.
Suspeita de adulteração de leite é investigado pela PF no Agreste de Pernambuco
A Polícia Federal em Pernambuco (PF/PE) realizou, na manhã da sexta-feira, 4, uma operação contra empresas de laticíneos suspeitas de adulterar leite produzido no Agreste do estado. As buscas estão sendo feitas nos municípios de Pedra, Bom Conselho, São Bento do Una e Belo Jardim.
As investigações começaram em março deste ano, quando o Ministério da Agricultura identificou, após queixas de consumidores e autuações administrativas, vários produtos e seus derivados de leite com suspeita de adulteração com suspeita de participação de servidores do órgão coniventes por omissão na fiscalização.
Perícias realizadas pelo setor técnico e científico da PF apontam que o leite estaria sendo acrescido de água em excesso e ainda soda cáustica, água oxigenada, urina, álcool etílico, sacarose, ácido lático e a bactéria causadora da meningite. Ainda de acordo com a Operação Longa Vida, também existe suspeita de contaminação de queijos e manteigas.
Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em empresas ligadas à produção de leite industrial e vários mandados de condução coercitiva contra o responsável técnico e legal, o responsável pela política leiteira, a supervisora de qualidade, o químico e alguns servidores do Ministério da Agricultura Permanente e Fiscais Federais Agropecuários.
A Justiça não autorizou a divulgação do nome das empresas ou dos produtos até a conclusão da perícia realizada no material que está sendo colhido nesta sexta-feira no setor de produção destas fábricas. Apenas após os testes a PF poderá comprovar a adulteração e a existência de substâncias danosa para a saúde humana.
O que se sabe é que as sedes das indústrias ficam nos seguintes endereços: BR-424, km 17, Zona Urbana de Pedra; PE-218, km 46, Zona Rural de Bom Conselho; PE-180, km18, Bairro Primeiro, em São Bento do Una e Granja Bela Vista, Alto da Palestina, Centro de Belo Jardim.
Até o momento, a perícia realizada nos animais leiteiros onde as empresas colhem o leite para a produção dos seus derivados não constatou nenhuma irregularidade.
Por segurança, Cerveró é transferido para Superintendência da PF no Paraná
O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi transferido do Complexo Médico-Penal, localizado na região metropolitana da Curitiba, onde estava preso, para a Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital paranaense.
Segundo a superintendência da PF, a transferência de Cerveró, feita no fim da tarde de quarta, foi por motivo de segurança e atendeu a um pedido encaminhado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nestor Cerveró foi preso na Operação Lava Jato e, condenado, fez acordo de colaboração com a Justiça. O depoimento da delação premiada de Cerveró foi um dos elementos usados pela PGR para pedir a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS); do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual; do ex-advogado de Cerveró, Edson Ribeiro; e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. As prisões foram autorizadas na última terça-feira pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), e executadas na quarta pela Polícia Federal.