Polícia Civil inicia investigações sobre máfia de shows em Pernambuco

As provas objetivas e a discursiva serão realizadas no Recife e Região Metropolitana, Caruaru, no Agreste de Pernambuco, e Serra Talhada e Petrolina, no Sertão/Foto: reprodução internet

O caso ficou conhecido após gravações feitas pelos artistas André Rio e Cezinha vazarem (Foto: Internet)

Na manhã desta segunda-feira a Polícia Civil anunciou que o delegado Isaias Novaes é quem vai ficar a frente das investigações sobre as denúncias da existência de uma máfia de shows em Pernambuco.

O caso ficou conhecido após gravações feitas pelos artistas André Rio e Cezinha vazarem. No áudio eles denunciavam o pagamento de propina por intermediários em show realizados no Estado.

“Hoje me ofereceram quatro shows na Empetur, quatro, e mais dois na Fundarpe. Aconteceu que eu tinha que deixar metade do meu cachê de comissão. Tá vendo como são as coisas aqui nesse estado, como tá o estado?”, disse o cantor em trecho do áudio que vazou.

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“Máfia dos shows públicos” é investigada pela Polícia Federal

(Foto: Divulgação PF)

volume de dinheiro obtido por meio de fraude na contratação, superfaturamento de cachês ou infraestrutura pode passar de R$ 100 milhões apenas nos últimos três anos (Foto: Divulgação PF)

A Polícia Federal, a Receita e o Ministério Público Federal estão investigando uma “máfia” dedicada a fraudar a compra e venda de shows públicos de grandes artistas.

Segundo levantamento obtido pela reportagem, o volume de dinheiro obtido por meio de fraude na contratação, superfaturamento de cachês ou infraestrutura pode passar de R$ 100 milhões apenas nos últimos três anos. Somente no interior de São Paulo há R$ 15 milhões já bloqueados pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal.

Por enquanto há investigações em curso em São Paulo, Rio, Pernambuco, Amazonas, Bahia, Pará, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A investigação começou em 2010, no interior de São Paulo, e depois se espalhou pelo país.

Quem a iniciou foi Thiago Lacerda Nobre, hoje chefe da Procuradoria Geral da República em São Paulo, e procurador da República em Santos.

“Quando viajava a trabalho pelo interior de São Paulo comecei a perceber que algumas cidades minúsculas estavam fazendo eventos com artistas de renome nacional, cujos cachês eram caríssimos. Começamos a investigar porque não havia como aquelas cidades bancarem tantos shows e festas de peão. Acabamos descobrindo uma série de irregularidades, que envolviam não só as cidades, mas até o governo federal, que era fraudado por meio de convênios culturais”, afirmou o procurador.

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