Minas e Energia vai propor desestatização da Eletrobras

Fernando Filho, ministro de Minas e Energia

O Ministério de Minas e Energia informou nesta segunda-feira (21) que vai propor a redução da participação da União no capital da Eletrobras, com sua consequente democratização na Bolsa de Valores, a exemplo do que já foi feito com a Embraer e a Vale. Segundo a pasta, a medida vai dar mais competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, sem as amarras impostas às estatais. “Esse movimento permitirá à Eletrobras implementar os requisitos de governança corporativa exigidos no novo mercado, equiparando todos os acionistas – públicos e privados – com total transparência em sua gestão”, disse o ministério.

A decisão foi adotada após profundo diagnóstico sobre o processo em curso de recuperação da empresa, segundo informou nota assinada pelo ministro Fernando Filho. “Não há espaço para elevação de tarifas nem para aumento de encargos setoriais. Não é mais possível transferir os problemas para a população. A saída está em buscar recursos no mercado de capitais atraindo novos investidores e novos sócios”. A proposta será levada ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).O governo permanecerá como acionista, recebendo dividendos ao longo do tempo, e a União manterá poder de veto na administração da companhia, garantindo que decisões estratégicas no setor sejam preservadas.

Na avaliação do Ministério de Minas e Energia, os problemas da Eletrobras decorrem de ineficiências acumuladas nos últimos 15 anos, que “impactaram a sociedade em cerca de um quarto de trilhão de reais, concorrendo pelo uso de recursos públicos que poderiam ser investidos em segurança, educação e saúde”. Em fato relevante ao mercado, a Eletrobras esclareceu que a efetivação da operação depende de autorizações governamentais, avaliação das autorizações legais e regulatórias que serão necessárias, avaliação do modelo a ser adotado e observância dos procedimentos específicos, por ser tratar de sociedade de economia mista, de capital aberto, A empresa garantiu que irá manter o mercado informado sobre o assunto.

Fernando Filho defende privatização de setores da Eletrobras e da Petrobras

Nesta terça-feira (6), o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB), participou de uma audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado. O evento buscava discutir alternativas para ampliar o fornecimento de energia na região amazônica.

De acordo com o ministro, para levar energia à Amazônia seria necessário privatizar setores da Petrobras e da Eletrobras.“Como está é muito precário o fornecimento de energia para a população. Estamos tocando um plano de privatização sim, estamos fazendo alguns desinvestimentos na Eletrobras sim. Não se trata de privatizar unicamente por privatizar, mas de melhorar nossos processos e melhorar também o fornecimento dos serviços”, afirmou.

O senador e ex-ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB-AM), presidente da comissão, discordou das privatizações neste momento turbulento que o país vive. Para Braga é necessário que os problemas de infraestrutura e dos contratos já firmados sejam resolvidos primeiramente.

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Fernando Filho descarta privatização da Chesf

 as atenções estão voltadas para as chuvas na bacia do rio São Francisco e para a volta da bandeira verde, que deve acontecer nos próximos meses. (Foto: arquivo

as atenções estão voltadas para as chuvas na bacia do rio São Francisco e para a volta da bandeira verde, que deve acontecer nos próximos meses. (Foto: arquivo

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, seis meses depois de tomar posse, escolhido pelo presidente da República Michel Temer tem como maiores desafios a transparência junto aos agentes do setor energético-mineral e a redução dos subsídios para evitar que distorções ocorram na conta de luz do consumidor.

Agora, as atenções estão voltadas para as chuvas na bacia do rio São Francisco e para a volta da bandeira verde, que deve acontecer nos próximos meses.

“Evidentemente que estamos acompanhando as dificuldades da holding e, consequentemente, da Chesf, que tem cem obras e apenas dez estão em andamento. Como vamos resolver isso? Cortando custos e despesas, e isso já vem sendo feito. Além disso, outras medidas serão anunciadas durante o Plano Estratégico da Eletrobras para os próximos anos. E se, mais alguma medida precisar ser tomada ao longo desse tempo, o conselho vai fazer. Privatização da Eletrobras? Da Chesf? De Furnas? Não sei de onde tiraram essa ideia. O que existe é a venda de alguns ativos para fazer frente às o­bri­­­gações das empresas” Afirmou Fernando Filho.

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