
Carlos Augusto marcou a história de Petrolina e do Vale do São Francisco com sua voz inconfundível e seu compromisso com a região
Há dez anos, no dia 2 de abril de 2015, perdemos Carlos Augusto Amariz, um ícone da comunicação no Vale do São Francisco e pioneiro do rádio em Petrolina. Tive a honra de conviver com ele e testemunhar sua dedicação inabalável à cultura e à informação da nossa região.
Carlos Augusto iniciou sua trajetória no rádio em 1962, no Serviço de Auto Falantes Brasil Publicidade. Posteriormente, ao lado do padre Mansueto de Lavor, fundou a Emissora Rural, “A Voz do São Francisco”, onde apresentou programas marcantes como “Alvorada Alegre”, “Forró no Balundeiro” e “Forró na Cuia Grande”. Sua voz grave e bem colocada conquistou a audiência das manhãs petrolinenses, tornando-se uma referência para comunicadores do Vale do São Francisco.
Além de sua atuação no rádio, Carlos Augusto foi vice-prefeito de Petrolina na gestão de Guilherme Coelho (1989-1992). Demonstrou seu compromisso com a cultura local ao revitalizar, em 1967, a Festa do Vaqueiro de Petrolina, reunindo anualmente centenas de vaqueiros. Na década de 1970, preocupado com a preservação do jumento, símbolo do sertão, idealizou a Jecana, uma corrida de jegues que se tornou tradição no povoado do Capim.
Carlos Augusto também esteve à frente do América Futebol Clube de Petrolina nos anos 1970, período em que o time conquistou o tetracampeonato do futebol amador local. Sua paixão pelo esporte e pela cultura nordestina era evidente em todas as suas iniciativas.
Após seu falecimento, diversas homenagens foram prestadas. O prefeito de Petrolina decretou luto oficial de três dias, reconhecendo sua contribuição inestimável ao município. A Assembleia Legislativa de Pernambuco sancionou a Lei nº 15.523/2015, denominando a PE-624, que liga a BR-428 ao povoado do Capim, como Rodovia Radialista Carlos Augusto, perpetuando seu legado na região.
Carlos Augusto nos deixou aos 74 anos, vítima de parada cardíaca decorrente de complicações de insuficiência renal e diabetes. Sua partida deixou uma lacuna imensa na comunicação e na cultura do Vale do São Francisco. Contudo, seu exemplo de dedicação, humildade e amor pela nossa terra permanece vivo, inspirando todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.