Juazeiro: prontuário de Deliane indica falha da Secretaria de Saúde e familiares querem punição

O caso Deliane Feitosa da Silva, 31, anos, mãe de cinco filhos, que no dia 10 de junho deu entrada no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, administrado pela Prefeitura, para a realização de uma curetagem e que, até a presente data (15/08), passados um mês e cinco dias continua internada, recuperando-se, toma rumos diferentes.

A Prefeitura, apesar de negar-se a fornecer o laudo à mãe e ao pai, afirma insistentemente que a responsabilidade seria da médica que realizou o procedimento. Obtido o laudo, com orientação de um advogado, sabe-se agora que um exame solicitado, capaz de detectar a origem do sangramento e que foi razão da interrupção da curetagem, não foi autorizado pela Secretaria de Saúde.

No sentido contrário, o plantonista que atendeu Deliane Feitosa no Hospital Dom Malan, na madrugada do dia 12, para onde foi transferida sem conhecimento da família, em primeiro lugar, solicitou o mesmo exame.

Do Hospital Dom Malan, onde foi deixada, sem que lá houvesse um cirurgião que pudesse realizar a cirurgia, Deliane foi levada para o Hospital Regional, onde se encontra.

A família, mãe, pai, amigas e amigos, que não obtiveram nenhum contato com a Prefeitura, resolveram levar o caso adiante.

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Entre tantos pronunciamentos, na primeira sessão ordinária do segundo semestre de 2022, na terça-feira de manhã, na Câmara de Vereadores de Juazeiro, quase passa despercebida a grave denúncia do Vereador Luciano do Vale que, depois de obter documentos com provas de negligência do Secretário de Saúde, Fernando Costa, foi ao Hospital Materno Infantil de Juazeiro, para esclarecer todas as dúvidas e exercer sua função de fiscal do povo.

É com suas palavras o relato do fato gravíssimo e desrespeitoso com o Poder Legislativo de Juazeiro, executado para esconder outro fato grave, que poderia ter levado até a morte de uma mãe.

Luciano do Vale começa por cobrar a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores: “Quero aqui procurar saber cadê a Comissão de Saúde desta Casa? Será que têm conhecimento do último fato ocorrido na Maternidade? ” – indaga, tendo como resposta o silêncio dos vereadores presentes integrantes da Comissão.

E continua: “Eu estou falando com propriedade de quem documentos (provando) de que o ônus do que aconteceu ali foi negligência do Secretário de Saúde! Estou com os documentos na mão, da médica pedindo os exames que não foram dados”

Ainda sem acreditar que o Secretário foi capaz de barra-lo, para esconder um ato de negligência, quase criminoso, o Vereador se espanta e desabada:  “E eu estive lá! Eu estive lá. (Pedi) para o Secretário falar comigo e na minha subida fui barrado na porta! O governo não deixa que exerça minha função! Estou vereador, sou um fiscal do Povo e não estou conseguindo exercer minha função porque o Governo não deixa!”

Ao encerrar, parece que cai na realidade que o cerca: “A cidade de Juazeiro vai abrir os olhos!”