2016 não será ano só de crise nas prefeituras pernambucanas

DINHEIRO

Com a entrada em vigor, nesta sexta-feira (1º), do novo salário-mínimo (R$ 880,00), que é 11,67% superior ao salário-mínimo de 2015, começou também a dor de cabeça das prefeituras para conseguir pagar o novo valor.

O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota (PSB), ainda não tem dados levantados sobre o impacto que o novo mínimo terá nos cofres das prefeituras de Pernambuco. Mas, segundo a Confederação Nacional de Municípios, o impacto nas prefeituras do Brasil será de aproximadamente R$ 8 bilhões.

O impacto será maior nas prefeituras do Nordeste, cujos funcionários, em sua grande maioria, têm o salário-mínimo como teto.

A CNM calcula também que 43% dos municípios brasileiros fecharam suas contas de 2015 no vermelho porque houve uma queda acentuada do FPM no exercício anterior. Apesar de tudo, diz o presidente Paulo Ziulkowski, a situação deve melhorar um pouco no curso deste ano por causa de três coisas:

1º A aprovação pelo Congresso do projeto de repatriação de recursos de brasileiros depositados no exterior (parte dos recursos será revertida para os municípios),

2º O aumento da alíquota do ICMS referente à gasolina, telefonia celular, bebidas alcoólicas, etc.,

3º A emenda que ampliou de 23,5% para 24,5%, de forma escalonada, a parcela do IPI e do Imposto de Renda que é destinada ao Fundo de Participação dos Municípios.

Fernando Bezerra defende abertura de processo de impeachment contra Dilma

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Senador Fernando Bezerra Coelho (PSB)

Na visita que fez ao Blog Waldiney Passos no último final de semana o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) disse ser a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) para que o país possa superar esse momento de turbulência. ” Por que hoje aonde você anda o questionamento dos empresários, investidores, líderes sindicais, profissionais liberais, enfim, de toda sociedade é se a presidente cumpre o seu mandato ate o final, gerando perplexidades, incertezas, dúvidas, por isso que a economia está travada, parada”, sintetizou.

“Minha proposta quando ocupei a tribuna foi que o governo tomasse uma atitude de coragem política para poder pautar o debate e a votação do impeachment no sentido de se a presidente conseguir o mínimo necessário para evitar o afastamento(um pouco mais de 170 votos), ela resgataria o mínimo de autoridade política para poder cumprir uma agenda que possa retirar o país dessa grave crise econômico com repercussões na área social”, disse. Por outro lado FBC salientou que se a presidente não tiver essa base mínima o país também vira a página e do ponto de vista constitucional daria a possibilidade da perspectiva da posse do vice-presidente “para que a gente possa atravessar com mais confiança os problemas que o país está enfrentando”, finalizou.

Empresário João Carlos Paes Mendonça afirma que nunca presenciou uma crise econômica como esta

joão carlos paes mendonça

O empresário e presidente do grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, foi o entrevistado do debate da Super Manhã, desta terça-feira (1º). Geraldo Freire, ao lado do editor de economia do Jornal do Commercio, Saulo Moreira, e a diretora de jornalismo da Rede Globo Nordeste, Jô Mazarollo, conduziu o debate.

Ao abordar o tema da crise econômica no Brasil, o empresário afirmou que nunca presenciou um momento como esse. “Essa talvez seja a maior crise da nossa história”, destacou. “Essa crise é uma tempestade perfeita”.

Para ele, a crise tem um grande viés político. “É uma crise de competência e infelizmente 2016 parece que não vai ser melhor”, comentou.

O empresário criticou ainda o formato dos programas sociais do governo, mas destacou a importância de algumas medidas que protegem as classes menos beneficiadas. “Eu sou favorável que se dê o apoio às pessoas necessitadas, que precisam, mas momentaneamente. Depois você tem que dar oportunidade para que essas pessoas se livrem desses programas”, frisou, citando como exemplo o Bolsa Família. “Deixou de ser um projeto social para ser um projeto político”.

Sobre as medidas adotadas pelo Governo Federal para frear a crise, João Carlos foi enfático e afirmou que os empresários brasileiros estão desmotivados, principalmente pelas burocracias. “Não vi nenhum ato nesse governo, só discurso. Qual a motivação que um empresário tem no Brasil?”, questionou.

Ele lançou uma luz sobre o futuro da economia do país, porém, consciente de que 2016 também será um ano difícil. “Essa crise vai demorar, mas passa. E quem tem coragem estará muito na frente de quem tem medo de investir”, afirmou.

Sobre Pernambuco, Paes Mendonça elogiou as estruturas do estado, mas criticou a má utilização do Centro de Convenções de Olinda, afirmando que o espaço deixa de realizar muitos eventos para atrair o público. “O Centro de Convenções não está sendo utilizado da melhor forma. Nós perdemos oportunidades”, disse. “Ele é muito pequeno, não está mais compatível com o mundo moderno”, completou.

Sobre a carga tributária do Brasil, o empresário afirmou que o país deve parar de aumentar a cobrança de impostos dos brasileiros e criticou o discurso de defesa da CPMF utilizado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como tributo para auxiliar na saída da crise. “Precisamos reduzir a máquina do Estado. Nós precisamos reduzir o custeio, o desperdício e investir certo”, disse. “A CPMF nunca foi temporária. Para quê a volta da CPMF?”.

João Carlos Paes Mendonça fez uma análise rápida da vinda da Copa do Mundo ao Brasil, que, na sua opinião, não trouxe nada de positivo. Ele aproveitou a oportunidade para comentar a construção da Arena Pernambuco. “Não precisávamos da Arena Pernambuco. Era para ter usado o Arruda. A Arena não rendeu nada para o estado”, afirmou. “Para receber três jogos medíocres, gastamos uma fortuna. Não tem mobilidade. Está lá, um elefante branco. Não trouxe nada para Pernambuco”, atacou, dizendo ainda que o Clube Náutico teria sido prejudicado por conta da ida para a Arena, o que afastou a torcida.

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