Desafios de um novo governo
Um dos principais desafios do presidente Michel Temer (PMDB) vai ser unir o país em torno de um projeto que possa tirar o Brasil dessa crise política, econômica e moral em que está imerso. Do ponto de vista político o gestor interino vai ter um pouco mais de tranquilidade, uma vez que a grande maioria dos parlamentares está ao seu lado, deve receber cobranças somente de alguns petistas inconformados ainda com o afastamento de Dilma no processo do impeachment, portanto, terá folego maior para arrumar a casa. Na política econômica a semana vai ser de expectativa já que Temer e sua equipe, tendo à frente da Fazenda, o ministro Henrique Meireles, também terá que dar respostas para ver se o mercado reage e pelo menos uma luz no fim do túnel possa clarear e acalmar o cenário nervoso que tem resultado nessa retração e desemprego. A crise moral é que parece ser mais difícil de debelar e, claro, não depende apenas do gestor, mas, se não houver corrupção em demasia em seu governo uma grande parcela de contribuição já seria dada neste sentido.
Mas…..
Entre os 22 ministros do governo Temer, 7 deles foram citados no curso da operação Lava Jato. São eles: Bruno Araújo (Cidades); Raul Jungmann (Defesa); Mendonça Filho (Educação e Cultura); Romero Jucá (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão); Ricardo Barros (Saúde); Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo); e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
OAB na Bronca
Eis o X da questão, com tantos envolvidos com a Lava Jato será que o presidente interino não já comete o primeiro erro perdendo a oportunidade de formar um governo totalmente idôneo? Pois bem, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) questionou através de um comunicado a confirmação deses nomes no ministério de Michel Temer. “Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos”, diz o presidente da organização, Claudio Lamachia.
Perdendo as rédeas 1
O governador de Pernambuco Paulo Câmara, amador em fazer política, além de realizar um mandato técnico, sem grandes novidades, inclusive, deixando muito a desejar, principalmente, no sertão do Estado, onde não tem feito grandes obras, cometeu um grande erro semana passada. Expulsar O DEM e PSDB da base de sustentação ao governo pode ter sido o primeiro tiro no pé. Câmara tenta agir e contornar as situações adversas se espelhando na forma de agir do seu padrinho político, ex-governador Eduardo Campos, a diferença é que ele não é líder, não inspira confiança e não tem a habilidade necessária para se impor devido a sua imaturidade política, resultado, pode comprometer a reeleição de Geraldo Júlio a prefeito do Recife e sua própria (reeleição) em 2018.
Perdendo as rédeas 2
Paulo Câmara está com um olho na missa e outro padre, não digeriu ainda a nomeação do Fernando Filho para o ministério das Minas e Energia, sabe que o senador Fernando Bezerra Coelho, rifado na eleição passada, apesar de ser o mais preparado para assumir o governo de Pernambuco, se fortaleceu e muito para disputar o palácio do Campo das Princesas em 2018. Fala-se até no possível surgimento de um novo grupo político formado pelo DEM, PSDB (levados a sair da gestão Paulo Câmara), juntamente com o PMDB, do deputado federal Jarbas Vasconcelos, e com o bloco do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que já teve vários atritos com o núcleo do governador e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).
Miguel mais forte
Não foi apenas a Paulo Câmara que a nomeação do deputado Fernando Filho preocupou, os adversários políticos do senador Fernando Bezerra Coelho em Petrolina assistiram a posse com olhar fixo e de cabelos em pé, pois esse novo fato vai mexer e muito com o cenário eleitoral local. Candidatíssimo a prefeito, o deputado Miguel Coelho, que já vinha ganhando espaço com sua simpatia nas Agendas 40, se fortaleceu e muito com a ida do irmão para a pasta de Minas e Energia. Há quem aposte até na desistência de alguns pré-candidatos para apoiá-lo, indicando, inclusive, o vice da chapa socialista. Como na política nada é impossível, tudo pode acontecer.
Menos um
O prefeito Júlio Lossio (PMDB) pode ter se livrado do maior problema nas próximas eleições, a insistência de Guilherme Coelho (PSDB) em sair candidato a prefeito de Petrolina nas próximas eleições. Após a morte do deputado Osvaldo Coelho, Julio decidiu tentar herdar o espólio político do padrinho e, portanto, teria um calo no pé, justamente o filho do homem, Guilherme Coelho, que agora como deputado federal poderia tirar um pouco mais a ideia da cabeça.
Situação complicada
A declaração de Adalberto Cavalcante (PTB), que teria procurado o colega Odcay Amorim (PT), juntamente com a ex-deputada Isabel Cristina (PT), para oferecer-lhe a vice na chapa encabeçada pelo petebista para prefeito de Petrolina, colocou em dúvida a segurança que o Partido dos Trabalhadores daria em Odacy para disputar a prefeitura e, devido ao momento político complicado, quais garantias efetivas seriam dadas a ele para viabilizar os gastos com a campanha. ?????
CURTAS
A oposição em Casa Nova-BA ainda não conseguiu definir o nome do candidato a prefeito para as próximas eleições. Enquanto isso o prefeito Wilson Cota vai gastando os R$ 92 milhões que recebeu recentemente e tentando recuperar a rejeição apontada nas pesquisas.
Além do ministério das Minas e Energia tudo indica que o grupo de liderado pelo senador Fernando Bezerra Coelho teria conseguido também a garantia do comando da Codevasf em Petrolina, caso se consolide essa informação o grupo vai se fortalecer ainda mais para as próximas eleições.