O Tribunal do Superior do Trabalho (TST) determinou o fim das greves dos Correios. E os trabalhadores criticaram tal decisão, pois no fim, acabaram ainda mais enfraquecidos. É o que afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Roberto Alexandre, que foi entrevistado no programa Super Manhã com Waldiney Passos nessa terça-feira (22).
“Os ministros votaram junto com o governo e com a direção da empresa. A população precisa entender que fizemos [a greve] não por aumento de salários ou outra coisa qualquer e sim para manter nossos direitos. Foram 37 dias de greve e foram retiradas quase 40 cláusulas do acordo coletivo, a empresa queria 70”, disse a Rádio Jornal.
Roberto lembrou que, mesmo com a derrota no TST, a categoria não teve seu movimento considerado abusivo. “A greve não foi considerada abusiva. Os dias parados, metade será compensando e a outra metade, descontado do contracheque. O que nós ganhamos foi só 2,60% e algumas cláusulas do acordo coletivo. De resto, o TST tirou tudo da gente e determinou a volta do trabalho hoje”, explica.
O retorno ao trabalho será confirmado hoje (22), durante assembleia marcada para 14h na capital Recife. Ainda segundo Roberto, desde 2011 os Correios não fazem concurso público para contratar mais funcionários e além disso, a cada ano, perdem mais direitos. “Infelizmente foi uma derrota aos trabalhadores. Benefícios como licença-maternidade, vale-cultura e adicional de 15% pelo trabalho no fim de semana foram retirados. Lutamos de cabeça erguida, mas os ministros votaram junto com a empresa“, ressalta.