
Presidente da Câmara dos Deputados Federais, Arthur Lira, e o presidente da república, Jair Bolsonaro. (Foto: Isac Nóbrega/PR)
“A questão do voto impresso está tramitando na comissão especial, o resultado da comissão impactará se esse assunto vem ao plenário ou não. Na minha visão, tudo indica que não”. A frase foi dita pelo presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta-feira (30), durante uma live realizada pelo Conjur, que também teve a participação do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na avaliação de Lira, o texto não terá apoio suficiente para chegar ao plenário. A declaração foi feita um dia após Jair Bolsonaro fazer, durante live, seu principal ataque ao sistema de votação brasileiro e repetir com alarde teorias já desmentidas sobre as urnas eletrônicas.
Eleito para comandar a Câmara com apoio de Bolsonaro, Arthur Lira afirmou que confia no sistema atual, mas disse não ver problemas em dar mais transparência ao processo de votação. “Onde não há problema, a gente precisa deixar ainda mais claro”, defendeu.
A proposta quase foi derrotada na última reunião da comissão do primeiro semestre, mas uma manobra de governistas adiou a votação para 5 de agosto, depois do recesso parlamentar.
O relator da PEC, deputado Filipe Barros (PSL-PR), aposta em Ciro Nogueira à frente da Casa Civil para fazer o texto avançar no Congresso. Além disso, Barros promete reformular o parecer para tentar vencer resistências.
Mesmo que avance na comissão, para aprovar uma PEC são necessários ao menos 308 votos na Câmara – de um total de 513 deputados – e 49 no Senado de um total de 81 senadores —, em votação em dois turnos. E, para valer para as eleições de 2022, a proposta teria de ser promulgada até o início de outubro.