Literatura: alta nos preço do papel dificulta trabalho de editoras e escritores

Alta nos insumos afeta diretamente editoras e autores (Foto: Editora Voz de Mulher/Redes Sociais)

O papel está mais caro e isso impacta diretamente na indústria literária, afetando o trabalho de editoras e também dos escritores. O aumento inesperado veio logo nos primeiros meses de 2022, tendo como motivos a alta do dólar e os reflexos da pandemia da Covid-19.

Diante desse cenário, as editoras têm enfrentado dificuldades para manter a tiragem de antigas e novas obras. Até maio deste ano, a alta foi de 65%, afetando toda a cadeia, como relata Telma Ventura, CEO da Editora Voz de Mulher, de São Paulo.

O impacto em quem “faz tudo acontecer”

“Esse aumento encarece a produção e encarecendo a produção dos livros, as gráficas repassam esses aumentos para as editoras, que por sua vez, não podem elevar o mesmo percentual no preço dos livros para o consumidor final, que é o leitor“, afirma.

O impacto para as editoras é tamanho que algumas não resistiram e fecharam as portas. “Muitas editoras, ou estão reduzindo a publicação de livros, ou estão fechando as portas”, relata. Na outra ponta estão os escritores.

Malu Siqueira, escritora bodocoense

Malu Siqueira reside em Bodocó e por conta dos reajustes nos insumos, viu sua obra ser retirada de circulação. “Minha primeira obra saiu de circulação e não estará disponível para compra no site da editora por um tempo indeterminado. Esse processo de indisponibilidade resulta do alto valor do papel que deixa o preço do livro inviável para o bolso do consumidor”, analisa.

“Temos ainda as livrarias que estão cobrando valores exorbitantes para colocarem os livros nas vitrines, dificultando ainda mais o processo de venda das obras”, destaca a autora.

O trabalho não para, mesmo com todas as dificuldades

Mesmo com as incertezas envolvendo o universo literário, Malu se mantém firme, assim como outros escritores e escritoras espalhados pelo Brasil. Neste mês de julho ela lançará mais uma obra, o livro “Úteros Pulsantes“, integrando o Coletivo M.E.D.U.S.A, também de Bodocó.

“Continuarei fazendo arte com os meus pares, na esperança que dias melhores voltem a sorrir para o Brasil e que a cultura possa tomar o seu antigo lugar de pertencimento e direito, sendo servida na mesa dos brasileiros”, finaliza.

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