Em alusão ao dia Internacional da Mulher, psicóloga do HGU alerta para sobrecarga emocional

Roxana Ferreira é psicóloga do Centro de Prevenção e Reabilitação (Cenpre) do HGU (Foto: Divulgação)

Neste domingo (8), é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Entre as conquistas ao longo dos anos está a inserção da mulher no mercado de trabalho. Depois disso, seu papel social foi modificado, mas no ambiente doméstico, muitas tarefas ainda são atribuídas ao contexto feminino. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres trabalham quase o dobro de tempo dos homens em casa, com uma média de 21 horas semanais. Com isso, muitas mulheres se sentem sobrecarregadas, o que pode ocasionar doenças que afetam a saúde mental.

A jornada dupla sem divisão de tarefas domésticas pode desencadear doenças como depressão, transtorno de ansiedade, insônia, estresse, transtornos de ajustamento e transtornos alimentares. Sobre o assunto, a psicóloga do Centro de Prevenção e Reabilitação (Cenpre) do Hospital Geral e Urgência (HGU), Roxana Ferreira, faz um alerta.

“[…] Estudos apontam que mulheres têm apresentado consideravelmente mais sintomas de angústia psicológica e desordens depressivas do que homens. Outro aspecto importante refere-se a distribuição do tempo entre as muitas tarefas a serem executadas. As mulheres acabam estabelecendo critérios hierárquicos entre as diversas atividades cotidianas e as consideradas prioritárias acabam sendo executadas enquanto as que são consideradas flexíveis (tais como as de autocuidado, as atividades prazerosas e as de lazer) são adiadas”, explicou Roxana Ferreira.

De acordo com a psicóloga, a falta de reconhecimento do trabalho doméstico contribui também para a baixa autoestima da mulher. “O trabalho doméstico, além de estender a jornada de trabalho e de ser repetitivo, apresenta duas características que colaboram para levar muitas mulheres à fadiga crônica e à exaustão física e mental: não tem descanso semanal e nem férias remuneradas. Ademais, é uma atividade, com frequência, desvalorizada socialmente, não colaborando para a elevação da auto-estima da trabalhadora. Como dito inicialmente, a condição de trabalho da mulher se apresenta de forma diferente da do homem. Ao longo das últimas décadas, a mulher reivindicou para si os mesmos direitos em relação ao homem do ponto de vista profissional, porém ainda não conseguiu libertar-se, embora tenha dado passos largos nesse sentido, do papel de ‘administradora do lar’ enquanto o homem continua, muitas vezes, exercendo o papel de ‘chefe do lar’”, ressaltou.

Para superar o problema, Roxana acredita que o ideal é a divisão do serviço doméstico para que a sobrecarga física e mental não recaia apenas para a mulher. “É indiscutível a importância da divisão igualitária do trabalho doméstico para que seja possível uma maior qualidade de vida da mulher, especialmente da saúde psíquica. Mulheres que dividem suas atividades de forma equilibrada com os demais membros da família apresentam menores níveis de TMC e consequentemente maiores níveis de satisfação”, finalizou.

Sobre o HGU

Criado em Petrolina no dia 20 de junho de 1984, o Hospital Geral e Urgência constitui a maior rede própria de saúde da região do Vale do São Francisco. Sua estrutura conta com mais de 300 colaboradores que atuam nas quatro unidades, hospital de alta complexidade, centros médico que atendem diversas especialidades, unidade ambulatorial em regime de plantão, além do Centro de Prevenção e Reabilitação (CENPRE).

O Plano HGU Saúde surgiu em 1993. Atualmente atende cerca de 25 mil pessoas distribuídas nos planos empresarial, familiar e individual. Além de contar com toda a estrutura do Novo HGU, elas podem usufruir dos serviços de urgência e emergência a nível nacional.

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