O Brasil enfrenta obstáculos significativos no setor de viveiros de mudas nativas que ameaçam seu compromisso no Acordo de Paris.
Para cumprir a meta de reflorestar 12 milhões de hectares até 2030, o país precisa aumentar drasticamente sua produção de mudas, alcançando 5,4 bilhões delas nesse período. No entanto, atualmente, o mercado produz apenas cerca de 300 milhões de mudas por ano, muito aquém do necessário.
Rodrigo Ciriello, colíder da Força-Tarefa Silvicultura de Nativas da Coalizão Brasil, enfatiza a falta de linhas de crédito específicas como um dos principais desafios.
Sem acesso a financiamento adequado, os viveiristas lutam para investir antecipadamente nos insumos necessários, como substratos, adubos e sementes, além de enfrentarem pressões de mercado que impactam os preços finais das mudas.
“A promessa de reflorestamento está comprometida desde a base“, afirma Ciriello, destacando a necessidade urgente de políticas públicas que incentivem a produção e comercialização de mudas nativas. Ele ressalta que, além de cumprir compromissos climáticos, um programa nacional estruturado poderia gerar mais de 2,5 milhões de empregos, impulsionando a economia local e fortalecendo a silvicultura de espécies nativas.
Para alcançar esses objetivos, Ciriello sugere investimentos robustos em pesquisa, desenvolvimento e fomento por parte do governo, visando viabilizar projetos de restauração ecológica em áreas degradadas e de reserva legal. Essas medidas não apenas contribuiriam para a mitigação das mudanças climáticas, mas também para o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental no Brasil.