Dormentes registra apenas uma candidatura a prefeito nas eleições 2024

A cidade de Dormentes, no Sertão Pernambucano, vai ter só um candidato a prefeito nas eleições 2024, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pela coligação ‘Dormentes Unida e Mais Forte’, que tem PSB e MDB, a atual vice-prefeita do município, Corrinha de Geomarco (PSB) junto com Jurandir Torres (MDB) disputa as eleições 2024.

Segundo a plataforma DivulgaCand, do TSE, foram feitas três convenções partidárias no município este ano. O MDB e PSB resolveram concorrer coligados. Já o União Brasil decidiu não participar da eleição 2024 por não haver alguém para se dispor a concorrer aos cargos majoritários de prefeito e vice-prefeito. Em 2020, a chapa eleita concorreu apenas com outra chapa, encabeçada por Roniere Reis (PATRIOTA).

Conforme a Lei das Eleições, um candidato precisa, para ser eleito, de 50% dos votos válidos mais um. Votos brancos e nulos não contam como válidos. No caso de municípios com apenas um concorrente, basta um único voto válido para que o candidato seja eleito. Na prática, portanto, Corrinha de Geomarco só precisa do próprio voto para assegurar o mandato.

Em Dormentes, o número de eleitores divulgado pelo TSE totalizou 16.043. De acordo com o perfil feito pelo tribunal, o eleitorado é divido entre 50% do público masculino e 50% feminino. Segundo o último censo do IBGE, divulgado em 2022, o município tem 17.188 habitantes.

Nesta sexta-feira (16), o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, lançou uma cartilha sobre o que pode e não pode durante a propaganda eleitoral, que começa a partir de hoje. Marivaldo Mendes, chefe do Cartório Eleitoral de Petrolina explicou as principais regras, como acessar e denunciar irregularidades. “Estão liberadas todos os tipos de propaganda, hoje o candidato já pode distribuir material gráfico, fazer propaganda com bandeiras nas vias públicas, podem ser colados adesivos em veículos”, destacou Marivaldo.

G1 Petrolina

Miguel Coelho fala sobre decisão de Mendonça Filho em apoiar pré-candidato do PSD

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), disse nesta sexta-feira (31)compreender a decisão do deputado federal, Mendonça Filho (UB), em apoiar a pré-candidatura de Daniel Coelho (PSD) à prefeitura do Recife, enquanto o União Brasil decidiu apoiar a reeleição de João Campos (PSB). As declarações do político foram realizadas em entrevista à Rádio Folha.

“Compreendo a decisão do deputado federal Mendonça Filho de se licenciar, até por uma questão de coerência, de história de posicionamento que ele sempre teve ao longo de uma vida. Tanto eu como João comungamos de valores e princípios da política muito similares, que a política é a arte do diálogo, a esperança é a última que morre, então sempre tentei trazer Mendonça para enxergar essa perspectiva de projeto para 2024, mas a gente respeita a decisão dele, isso faz parte do jogo”, disse Coelho.

Os anúncios ocorreram na quarta-feira (29). Mendonça Filho, além de declarar apoio ao pré-candidato da governadora Raquel Lyra, anunciou uma dissidência e solicitou licenciamento da direção municipal do União Brasil.

JC

A um ano das eleições municipais, pré-candidatos a prefeituras já acenam a grupos religiosos

A um ano das eleições municipais, pré-candidatos de ao menos 15 capitais batem ponto em eventos e templos religiosos na tentativa de se aproximarem dos fiéis. Para especialistas ouvidos pelo Globo, o movimento é uma forma de atrair o segmento cristão antes do período eleitoral, criando fidelidade. Na maior cidade do país, São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que disputará a reeleição, e seu principal opositor, Guilherme Boulos (PSOL), têm se encontrado com lideranças religiosas. O emedebista participa constantemente de reuniões com pastores de grandes agremiações, como a Assembleia de Deus.

Com mais resistência no setor por ser de esquerda, Boulos esteve com líderes de igrejas da Zona Sul paulistana, região em que concentra a maior parte de seu eleitorado. Além dos dois pré-candidatos, a deputada Tabata Amaral (PSB) tem se aproximado do segmento com a ajuda do vice-presidente e principal entusiasta de sua campanha, Geraldo Alckmin, que ainda é um trunfo do governo Lula para estreitar laços com os religiosos. “Já marcamos conversas com oito lideranças evangélicas importantes de São Paulo”, disse Tabata.

Discurso na marcha
Candidato à reeleição, o prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena (PP), aproveitou a Marcha para Jesus na capital para discursar aos eleitores, assim como fizeram seus adversários. “Entrego a chave, simbolizando a chave da cidade de João Pessoa, nas mãos do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”,  declarou. Na sequência, seus opositores também mandaram seus recados. O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) e o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT), que já estão em pré-campanha, publicaram fotos abraçados com fiéis na principal avenida da cidade.

Carneiro afirmou que acompanha as atividades religiosas por serem vinculadas a instituições sociais que fazem trabalho voluntário no estado: “Os cristãos com certeza representam parte do meu eleitorado e procuro ouvir todas as vozes da sociedade”. Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União) não ficou sozinho no discurso na Marcha para Jesus. Pastor Sargento Isidório (Avante), pré-candidato que pode representar a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no ano que vem, também marcou presença e fez discurso de tom religioso.

Esse cenário se repete em outras capitais, como Curitiba, em que o casal Fernanda e Deltan Dallagnol participa de agendas com pastores da Igreja Batista. Filiados ao Novo, eles não decidiram quem será candidato em 2024. Há incerteza sobre a inelegibilidade do ex-deputado, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, com base na Ficha Limpa. A decisão não menciona o prazo de oito anos longe das urnas; por isso, especialistas divergem sobre o veredito.

Por integrarem segmentos naturalmente organizados, fiéis católicos e evangélicos são públicos mais fáceis de se alcançar de uma só vez. A avaliação é de Vinicius do Valle, doutor em Ciência Política pela USP e pesquisador do Observatório Evangélico. “O setor é relevante em números e está constantemente mobilizado. O religioso vai à igreja toda semana, o mesmo não ocorre com um sindicalista ou fã dos militares. Os políticos querem sair na frente, já querem disputar o apoio das denominações”, diz Valle.

O segmento cresceu em termos populacionais e, logo, eleitoralmente. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi uma das lideranças a receber adesão desse grupo religioso em pleitos passados. Na véspera da disputa de 2022, 63% dos evangélicos indicavam a intenção de votar nele, segundo o Datafolha. O cenário preocupou articuladores de Lula que, apesar de ter vencido as eleições, saiu em desvantagem entre o grupo que tende a aumentar nos próximos anos. Nesse contexto, nomes da esquerda tentam vencer essa resistência para 2024.

É o caso do prefeito de Recife, João Campos (PSB), que tem se dedicado a melhorar sua relação com os cristãos. Em março, tornou a Marcha Para Jesus patrimônio cultural imaterial da capital pernambucana. Cinco meses depois, em agosto, esteve na posse do arcebispo Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa. “O líder religioso da Igreja Católica sempre tem um peso muito grande na Região Metropolitana”, disse à época.

Se, por um lado, políticos se empenham na busca por votos, por outro recuam na apresentação de proposições dedicadas ao segmento. É o que se vê no Congresso: na Câmara, desde janeiro, foram 15 proposições legislativas que citam o termo “evangélicos”. Em 2022, o total foi de 25, e em 2021, 28. Entre os projetos, está o reconhecimento da arte evangélica como manifestação cultural, e outro pede o aumento da pena para o crime de desrespeito a crenças e símbolos religiosos.

Agência O Globo

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