Mais um caso de suposta negligência médica vem à tona nesta sexta-feira (9). O Blog Waldiney Passos foi procurado pela família de Sandriely Lorrane de Souza, que estava grávida e foi atendida no hospital Maternidade Municipal de Juazeiro (BA). Mas apesar dos pedidos para que uma cesariana fosse realizada, já que ela não tinha dilatação necessária ao parto normal, Sandriely passou horas aguardando atendimento. E quando a equipe médica resolveu realizar a cesárea, a bebê nasceu morta.
Para entender a situação por completo é necessário refazer os passos de Sandriely. Ela reside em Petrolina e inicialmente buscou atendimento no Hospital Dom Malan/IMIP. Na última quarta-feira (7) a gestante compareceu ao HDM com dores, passou a noite internada e recebeu alta.
Dores e demora no atendimento
Durante o dia, novas dores levaram Sandrielly a novamente buscar o HDM. Houve uma transferência ao Hospital Materno – administrado pela Prefeitura de Juazeiro. Na Bahia, foram horas aguardando o parto, que somente aconteceu pela tarde do dia seguinte, após muita insistência da grávida.
“Ela deu entrada quarta-feira à noite. Amanheceu com oito [cm de dilatação], romperam a bolsa dela. Foram até 13h pouco da tarde para fazer o parto da criança e só fizeram porque não ouviram os batimentos da criança”, conta uma parente da grávida.
Óbito confirmado
Após a cesariana, a equipe médica do Hospital Materno confirmou o óbito da bebê. Em um áudio repassado pela família, Sandriely relata como tudo aconteceu. “Em Petrolina viram se tinha vaga em Juazeiro e fui transferida pra Clise [hoje maternidade de Juazeiro], chegando aqui fizeram o toque e mandaram esperar. Eu com muitas dores, disse que não estava aguentando de dor. Eles me fizeram sofrer bem muito. E me transferiram pra sala de parto. Chegando lá, pediram para fazer alongamento e ter o parto. Eu chorando de dor, falando que não ia conseguir”, conta a mãe.
Grávida quis cesariana
Nesse meio tempo uma profissional da equipe médica foi verificar os batimentos da bebê e não conseguiu ouvir sinais de vida. Depois do parto, alegaram que a criança nasceu sem vida. “Era pra ter feito cesárea desde que cheguei”, desabafou a mãe.
Bebê apresentava ferimentos na cabeça
Além de ter nascido sem vida, a filha de Sandriely apresentava furos na cabeça. Os cortes foram provocados por algum procedimento médico, afirma a família da gestante.
“Disseram que ela tinha nascido com problema respiratório. Eles insistiram para ter normal. Insistindo sem ter condições. [Tem furos] na cabeça da menina. E dá a sensação de que [a cabeça] tá quebrada. É uma covardia”, reiterou uma Solange, tia da criança e acompanhante de Sandrielly no hospital.
Outro lado
Em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Dom Malan, em Petrolina, o Blog foi informado que o HDM atua apenas com partos de alto risco. E cabe a maternidade de Juazeiro receber grávidas de baixo risco. Por isso Sandriely foi encaminhada à Bahia.
Já a Prefeitura de Juazeiro, responsável pelo gerenciamento do Hospital Materno Infantil, informou estar apurando o fato e em breve emitirá uma nota oficial em relação à denúncia.