Quem circula pelos corredores da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pode se deparar com Atlas, um cão de assistência que acompanha Wanderlice Silva, gerente de apoio técnico legislativo da Superintendência Geral da Mesa Diretora (SGMD).

Wanderlice possui deficiência auditiva desde a infância, condição que se agravou ao longo dos anos. A perda da audição trouxe desafios diários, principalmente em ambientes onde sinais sonoros são essenciais, como salas de espera, despertadores e campainhas.

Para lidar com essas dificuldades, ela encontrou suporte no Vale da Neblina, instituição do Rio Grande do Sul especializada no treinamento de cães de assistência para diversas funções.

Atlas é um cão-ouvinte, treinado para alertar seu tutor sobre filhos importantes e proporcionar maior autonomia. De acordo com a adestradora Janaina Ganzer, os cães de assistência passam por um treinamento rigoroso de cerca de dois anos, sendo preparados para atender às necessidades específicas de seus donos.

A Lei nº 15.875/2016 garante que pessoas com deficiência possam ingressar e permanecer em locais públicos ou privados acompanhados por cães de assistência. No entanto, Wanderlice ainda enfrenta dificuldades em alguns ambientes, inclusive onde reside, devido à falta de conhecimento sobre a legislação.

“Os desafios são muitos, pois as pessoas nem sempre compreendem que ele não é um animal de estimação comum, mas um cão treinado para desempenhar uma função essencial”, explica o servidora.

Atlas, assim como outros cães de assistência, utiliza um colete que sinaliza seu papel. Quando estiver usando o acessório, ele não deve ser distraído, pois qualquer interação pode prejudicar seu trabalho.

Vale ressaltar que Atlas é um cachorro como qualquer outro e, nos momentos de folga, gosta de brincar e buscar atenção. Porém, quando está trabalhando, ele mantém o foco em garantir a segurança e autonomia de Wanderlice.

“Se o cão estiver com o colete, não interaja!” , alerta Janaína.