O reservatório de Sobradinho, no norte baiano, que atravessa uma das piores secas dos últimos 80 anos, estabilizou o volume útil em 1%. A previsão era de que neste mês de dezembro o reservatório chegasse ao “volume morto”. De acordo com o diretor de operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), José Ailton de Lima, ao G1, a notícia ainda não garante estabilidade, mas distancia da reserva técnica.
O nível da água é o pior da história. O menor percentual do reservatório foi registrado em 2001, com 5,3%. O volume morto não foi atingido neste mês de dezembro, por conta das chuvas que caíram na Bacia do Rio São Francisco nos últimos dias. O período de chuva na região do reservatório deve durar até maio de 2016.
O lago de Sobradinho tem 34 bilhões de metros cúbicos de água. Deste total, 28 bilhões integram o volume útil, que é usado na produção de energia, no abastecimento das famílias e na manutenção das atividades de irrigação e pecuária. O restante é o chamado “volume morto”, utilizado apenas em momentos de emergência.
Com o início do período de chuvas, o reservatório começa a receber mais água do que distribui. A última medição foi realizada no domingo (6). Na data, o volume de água que chega ao reservatório era de 1,1 mil metros cúbicos por segundo. Já a saída de água do rio, que é fixa, é de 900 metros cúbicos por segundo.
A secretária do Comitê de Bacia do Lago de Sobradinho, Silvana Leite Nunes, as chuvas foram identificadas em cidades como Pilão Arcado, Barra e Remanso, banhados pelas águas do Rio São Francisco. Entretanto, na cidade de Sobradinho, o clima continua quente e seco. Se o reservatório chegar ao volume morto, a produção de energia fica inviabilizada, mas pode não representar uma crise energética, pois o nordeste ainda tem abastecimento de energia elétrica através de geração térmica, eólica e outras hidrelétricas. Com a liberação da reserva técnica, a captação de água das populações locais é garantido.