
Foto: Patrick Silva
Reginaldo Rossi será o homenageado pelo Galo da Madrugada no carnaval de 2024. O rei do brega foi escolhido pela organização da festa como destaque na programação do próximo ano. O tema será “Reginaldo Rossi no Reinado do Frevo”.
Foto: Patrick Silva
Reginaldo Rossi será o homenageado pelo Galo da Madrugada no carnaval de 2024. O rei do brega foi escolhido pela organização da festa como destaque na programação do próximo ano. O tema será “Reginaldo Rossi no Reinado do Frevo”.
A estátua de Reginaldo Rossi, feita pelo artista plástico Demetrio Silva, será entregue simbolicamente nesta terça-feira (2), às 15h15, pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB).
A obra, instalada no Pátio de Santa Cruz, na área central da cidade, é uma homenagem ao cantor e compositor, que foi declarado Patrono do Brega pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em outubro de 2020.
Ainda em outubro, foi anunciado que Reginaldo Rossi ganhará uma estátua dentro do Circuito da Poesia.
O cantor recifense Reginaldo Rossi, que já carrega o título de Rei do Brega, agora também ficará eternizado na memória dos pernambucanos como Patrono do Brega.
Ele ganhou o título da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), através da promulgação da lei nº 17.072/20, originada de um projeto do deputado estadual e primeiro secretário da Alepe, Clodoaldo Magalhães (PSB). A aprovação foi publicada no Diario Oficial de Pernambuco no dia 8 de outubro.
Reginaldo Rossi nasceu no Recife, em 14 de fevereiro de 1943. Antes de iniciar a carreira artística, foi professor de matemática e estudante de engenharia. Foi em 1964 que o recifense se encantou pelo mundo da música. Ele começou cantando rock, com inflûencia de Elvis Presley e Beatles, comandando o grupo de rock The Silver e Jets, integrando-se ao movimento Jovem Guarda.
Roberto Rossi e Geraldo Luís visitaram a casa de Reginaldo Rossi e Celeide Neves. Foto: Record/Divulgação
Filho do Rei do Brega, Roberto Rossi desabafou sobre a situação financeira do pai nos últimos anos de vida e revelou que herdou dívidas de Reginaldo no programa Domingo show, apresentado por Geraldo Luís, deste domingo (12). Após a morte do cantor e compositor pernambucano, em 20 de dezembro de 2013, ele e a mãe, Celeide Neves, consultaram as contas bancárias e constataram a ausência de saldo. Rossi fumava desde a adolescência e morreu devido a um câncer de pulmão, aos 70 anos.
“Quando meu pai faleceu, eu e minha mãe buscamos nas contas, mas não tinha nada, nada, nada”, conta Roberto. A falência de um dos artistas mais vendáveis de Pernambuco foi decorrente do vício em jogos. Para apostar, Rossi vendeu vários imóveis que comprou ao longo da carreira e gastou os cachês conquistados nas apresentações Brasil afora. O funeral à altura da importância do artista para a música brasileira foi possível graças à doação do jazido e das cerimônias – o velório foi realizado na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco e o enterro, acompanhado por milhares de fãs, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.
Roberto mora no no Rio de Janeiro, cidade escolhida mesmo antes da morte dos pais – Celeide Neves faleceu em agosto de 2014, em decorrência de uma parada cardíaca, apenas oito meses após a partida do marido. Na capital fluminense, ele trabalha como motorista de Uber para se sustentar e enfrenta dificuldades para manter o único patrimônio deixado pelo Rei do Brega para a família foi: um imóvel em Piedade, à beira-mar, onde morava o casal. Rossi tinha o sonho de inaugurar ali uma pousada. As obras já estavam bastante adiantadas e a reportagem mostrou a estrutura dos quartos – muitos deles com cama, privada e até suporte para televisão -, mas o desejo dele, que chegou a estudar engenharia, mas nunca se formou, sempre esteve longe de ser realizado.
O prédio está avaliado em aproximadamente R$ 5 milhões, mas o filho diz ter dificuldade para angariar investimentos para concretizar os planos de transformar em uma pousada ou negociar a venda por valores condizentes com o tamanho e a localização do imóvel. Atualmente, as dívidas de IPTU e outros custos chegam a aproximadamente R$ 800 mil. Pela primeira vez, Roberto permitiu a uma equipe de televisão adentrar os cômodos da casa de Reginaldo e Celeide. Muitos objetos de uso pessoal continuam lá, assim como relíquias da carreira, entre fotografias e os inúmeros prêmios conquistados pela venda de discos.
O Domingo show entrevistou Sandro Nóbrega, empresário do Rei do Brega por quase 30 anos, Roberto, ex-engraxate que o conheceu ainda menino e se tornou braço direito de Rossi – cabia a ele, entre outras responsabilidades, carregar a bolsa com carteira, cheques e itens pessoais, como um espelho -, Ronald Menezes, dono do Manhattan, palco da última apresentação dele no Recife – a derradeira foi em João Pessoa -, uma semana antes de ser internado no Memorial São José, onde permaneceu por 23 dias e veio a falecer. Trechos da apresentação na casa de shows em Boa Viagem foram exibidos.
O encerramento da reportagem de quase uma hora sobre essa faceta triste do Rei do Brega foi no palco do programa. O grupo The Rossi, criado pelos integrantes da banda que acompanhava Reginaldo Rossi, alguns deles há décadas, tocou a inédita Vá procurar outro, composta por pelo baixista Binno Silva, o cantor e pandeirista Ledo Silva e Reginaldo Rossi, responsável por ajustes finais na letra. A canção, cuja letra foi divulgada com exclusividade pelo Viver um ano após a morte dele, seria uma das faixas do DVD que o Rei do Brega planejou, mas nunca chegou a gravar.
Com informações do Diário de Pernambuco