Representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reuniram-se, esta semana, com a Associação Brasileiras das Centrais de Abastecimento (Abracen), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para discutir ações que objetivam a redução de perdas e desperdícios de frutas e hortaliças.
Uma das estratégias que apresenta grande eficiência para mitigação de perdas é o uso de embalagens adequadas. Segundo o superintendente de Abastecimento Social da Conab, Newton Araújo Junior, atualmente não há padrão de embalagem para o transporte de frutas e hortaliças no país. “O acondicionamento adequado dos produtos, além de diminuir a perda, confere agilidade no abastecimento das centrais e da rede varejista”, destaca o superintendente.
Outra iniciativa visando a queda nos índices de desperdício é o aproveitamento do excedente de produtos não comercializados nas centrais, como ocorre no programa Sopa Amiga desenvolvido pela Ceasa de Recife. A partir do programa, são distribuídos 3.500 pratos e pães por dia, beneficiando 10 mil pessoas. Há, ainda, o chamado Barracão do Produtor, ação executada em Minas Gerais e outros estados do país para auxiliar os pequenos produtores na agregação de valor à produção.
O presidente da Abracen, Antônio Reginaldo Moreira, ressalta que as ações de combate ao desperdício de frutas e hortaliças também podem auxiliar no controle da inflação, uma vez que a maior oferta de produtos tende a levar a preços de comercialização mais justos no mercado. “Nesse cenário, as Centrais de Abastecimento são importantes pois regularizam os preços praticados. As Ceasas são um grande canal para comercialização da produção, principalmente do agricultor familiar”, pondera.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil registra desperdício na ordem de 30% da produção de frutas e hortaliças na fase pós-colheita.