Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia

Dezesseis trabalhadores foram encontrados em condições análogas às de escravizados em um navio de uma empresa norueguesa ancorado na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador. As vítimas foram resgatados por auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, com apoio da Marinha do Brasil, entre segunda-feira (23) e sexta (27).

Entre os empregados resgatados, nove nasceram em Salvador, três do Maranhão e quatro do Espírito Santo. Eles foram contratados por uma empresa de Vitória para executar serviços de lavagem e pintura dos porões de um navio cargueiro de bandeira das Ilhas Marshall, de propriedade de uma empresa da Noruega.👉 Os resgatados permaneceram por cinco dias alojados em condições precárias no navio, sem local adequado para alimentação, descanso e higiene pessoal.

Apesar do serviço executado requerer grande esforço físico, os trabalhadores não possuíam condições dignas de descanso, dormindo em redes e colchões dispostos no convés, expostos a intempéries e sem o conforto adequado para a recuperação física do trabalho extenuante.

Também não havia local apropriado para banho, que era realizado com uma mangueira a céu aberto na área externa da embarcação, sem qualquer privacidade.

Aos trabalhadores não foi sequer garantido um local adequado para alimentação. as refeições eram consumidas no convés do navio, com os trabalhadores sentados no chão, juntamente com os materiais utilizados para a realização dos serviços contratados.

A jornada diária de trabalho no navio chegava a 14 horas, iniciando por volta das 6h e finalizando às 21h, com a concessão de uma hora para o almoço.A inspeção fazia parte, inicialmente, de uma campanha de inspeções concentradas em navios de bandeira estrangeira, realizada em conjunto por auditores-fiscais do trabalho e inspetores navais da Marinha do Brasil, para verificar as condições de segurança da navegação das embarcações e as condições de trabalho, remuneração e jornada dos tripulantes estrangeiros a bordo, no tipo de fiscalização conhecida no meio marítimo como port state control.

G1 Bahia

Argentina descarta caso de mpox em navio cargueiro vindo do Brasil

As autoridades sanitárias argentinas descartaram um caso de mpox em um navio cargueiro vindo do Brasil que estava isolado após um tripulante apresentar sintomas suspeitos, disse nesta quarta-feira (21) a diretora epidemiológica da província de Santa Fé (centro), Carolina Cudós.

“O caso que estava embarcado no porto de San Lorenzo deu negativo para o vírus (mpox), é positivo para catapora”, informou Cudós em uma coletiva de imprensa na Casa de Governo. Com relação ao navio, ela disse que não está mais isolado e que “as precauções serão tomadas para catapora e (serão) as precauções tomadas para qualquer outro navio, mas não para mpox”.

Trata-se de um navio graneleiro da cidade de Santos, litoral de São Paulo, com bandeira da Libéria. O número de tripulantes a bordo não foi informado pelas autoridades. O paciente que apresentou os sintomas suspeitos foi rapidamente isolado dos demais, de acordo com os protocolos estabelecidos, e os estudos correspondentes foram feitos, informou o Ministério da Saúde argentino em comunicado.

Desde 2022, a Argentina registrou alguns casos de mpox, mas nenhum da variante recentemente detectada na África e que gerou um alerta especial da Organização Mundial da Saúde (OMS). A Argentina ordenou um reforço de todas as medidas de vigilância epidemiológica, especialmente nas zonas fronteiriças.

Em 14 de agosto, a OMS emitiu um alerta internacional de saúde pública devido a um surto de mpox originário da República Democrática do Congo (RDC) e atualmente limitado à África, o do clado Ib, a cepa mais perigosa e contagiosa das identificadas até agora.

AFP