Sensor de fibra ótica desenvolvido na UFPE detecta se azeite é falsificado

Uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveu um sensor de fibra ótica capaz de auxiliar na avaliação de produtos industrializados, incluindo o azeite de oliva (veja vídeo acima). O equipamento pode ser um caminho para evitar prejuízos ao bolso e à saúde dos consumidores, que estão vulneráveis à compra de azeites adulterados.

O produto teve um aumento médio de preço de 50% desde o ano passado, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e não deve baratear no curto prazo, devido a questões climáticas que provocaram altas temperaturas e seca na Europa e afetaram a produção de azeitona nos principais países produtores: Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

Valioso nas prateleiras dos supermercados, o azeite de oliva é um ingrediente estimado na cozinha do brasileiro e também consumido por quem busca os benefícios prometidos pelas gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas. É também o segundo alimento mais adulterado do mundo, numa lista com os dez itens, atrás apenas do leite de vaca.

O sensor desenvolvido por Thales Castro, doutorando na área de engenharia elétrica da UFPE e uma equipe do Departamento de Engenharia Eletrônica, mede o índice de refração de líquidos e gases do produto para identificar as falsificações. Ou seja, mede a trajetória que a luz e os gases fazem ao atravessarem ou refletirem no azeite de oliva.

“A gente identificou que a produção de azeite vem sofrendo muito com as mudanças climáticas e por isso o preço tem disparado nos últimos meses. Além disso, as pessoas têm buscado um estilo de vida mais saudável e um desses passos é fazer a substituição de óleos que elas consomem por outros que julgam ser mais saudáveis. Diante desse problema, a gente resolveu testar o sensor e ele correspondeu, identificando as adulterações”, explicou o pesquisador Thales Castro.

Ao contrário de outros sensores que já identificam se o azeite de oliva foi adulterado por um tipo de óleo vegetal, o novo equipamento tem maior sensibilidade é consegue identificar a adição de qualquer combinação de cinco componentes normalmente utilizados nas fraudes: óleos de canola, milho, algodão, soja e girassol.

Os primeiros testes avaliaram azeites e óleos mais baratos encontrados à venda no mercado, o que ajudou o equipamento a avaliar a pureza do produto. Além da possibilidade de avaliar mais tipos de adulteração, o sensor desenvolvido na UFPE não altera as propriedades físico-químicas da amostra, mantendo a integridade do azeite analisado.

“O sensor identifica que há uma adulteração no produto; ele não identifica o que está adulterando. É importante para que, eventualmente, no futuro, a gente consiga desenvolver, a partir do interesse de empresas, um equipamento para fazer essa identificação”.

Os primeiros resultados foram publicados numa importante revista científica internacional, a Food Control, que significa “controle do alimento”, numa tradução livre do inglês – o que significa que a pesquisa foi revisada e aprovada por pesquisadores com relevância na área.A expectativa dos pesquisadores é que haja um investimento da indústria ou do governo para transformar o protótipo desenvolvido na universidade num equipamento a serviço da sociedade.

G1 Pernambuco

Ministério da Agricultura identifica irregularidades em 45 amostras de azeites

(Foto: Internet)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento identificou irregularidades em 45 marcas de azeite, entre 140 coletadas nos últimos dois anos. A fraude mais comum praticada por empresas envazadoras é a utilização de óleo vegetal com azeite lampante (extraído de azeitonas deterioradas ou fermentadas), que tem cheiro forte e acidez elevada e não deve ser destinado à alimentação.

A equipe de fiscalização inspecionou 279 amostras de 214 lotes. Do total, 38,7% dos lotes tinham problemas e 79% das irregularidades eram relacionadas a baixa qualidade. As amostras foram colhidas em 12 estados e no Distrito Federal, num total de 322.329 litros. Desses, 114.750 litros foram considerados adequados e 207.579 litros apresentaram problemas.

Os estados onde foram registradas mais irregularidades foram São Paulo, Paraná e Santa Catarina. além do Distrito Federal, onde se concentra o maior número de empresas que envazam o produto. No Paraná, foram identificadas empresas que vendiam produto como azeite de oliva, mas com composição de 85% de óleo de soja e 15% de lampante.

As fraudadoras foram autuadas, multadas em até R$ 532 mil por irregularidade encontrada e os produtos foram apreendidos para descarte. As empresas também foram denunciadas ao Ministério Público. O próximo passo é a abertura de inquérito policial.

Segundo o ministério, a primeira coisa em que o consumidor deve prestar atenção é no preço do azeite, desconfiando se estiver muito abaixo do padrão. Qualquer adição ou mistura com outros óleos vegetais requer que o produto seja rotulado como “óleo misto ou composto”, devendo o consumidor ser obrigatoriamente informado sobre os percentuais que compõem a mistura.

Fonte EBC

8 marcas de azeite são reprovadas em teste de qualidade

(Foto: Internet)

Os azeites não tinham apenas a gordura proveniente da azeitona. (Foto: Internet)

Em teste de qualidade realizado pela Proteste, oito marcas de azeite extravirgem foram reprovadas por fraude contra o consumidor, ou classificação diferente da indicada no rótulo. Dos 20 produtos testados quatro foram eliminados e outros quatro não são indicados para compra.  A Proteste pediu a retirada dos produtos do mercado.

Em quatro marcas analisadas – Figueira da Foz, Tradição, Quinta d`Aldeia (reincidentes) e Pramesa – a análise em laboratório comprovou adulteração do produto, com adição de outros óleos vegetais, o que não é permitido por lei. Isso significa que esses azeites não tinham apenas a gordura proveniente da azeitona – o que os classifica como extravirgens – e coloca em risco uma das propriedades primordiais do azeite: favorecer a saúde.

LEIA MAIS