Secretário nacional considera ação do Google como “prática abusiva” e cobra investigação contra as big techs

Em entrevista à CNN Brasil nesta terça-feira (2), o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, afirmou que o Google usa distorção e prática abusiva a favor de sua tese sobre o Projeto de Lei apelidado de PL das Fake News.

“Você não encontra opiniões favoráveis ao projeto na busca do Google. Isso nos parece uma distorção, uma prática abusiva. Cria uma assimetria esmagadora e elimina o debate entre aqueles que são favoráveis e os que são desfavoráveis ao PL”, disse Damous.

Na visão do secretário nacional, as chamadas big techs, como Meta (dona do Facebook) e o próprio Google, precisam ser investigadas administrativamente. “Essas plataformas se transformaram em verdadeiras trincheiras da extrema-direita no Brasil, com os malefícios e os danos que isso causou a nossa democracia”, destacou Damous.

O Google tentou se justificar e emitiu a seguinte nota:

“As alegações de que estamos ampliando o alcance de páginas com conteúdos contrários ao Projeto de Lei 2630 na Busca, em detrimento de outras com conteúdos favoráveis, são falsas. Cada vez que uma pessoa faz uma busca, nossos sistemas trabalham para mostrar para ela os resultados mais relevantes entre milhares, às vezes milhões, de páginas de web. Não alteramos manualmente as listas de resultados para determinar a posição de uma página específica em nenhuma hipótese. Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google.

Acreditamos que a discussão sobre uma legislação que pode impactar a vida de milhões de brasileiros e empresas precisa ser feita envolvendo todos os setores da sociedade. Nas últimas semanas, temos nos manifestado em relação ao PL 2630 de forma pública e transparente por meio de nosso blog oficial. Além disso, temos investido em campanhas de marketing para dar visibilidade mais ampla às nossas preocupações, por meio de anúncios em veículos de comunicação tradicionais, como jornais, e em mídia digital, incluindo nossas plataformas de publicidade e redes sociais.

Temos explicado os riscos, que consideramos legítimos, às pessoas que usam nossas plataformas e também aos diferentes participantes do ecossistema digital. Isso inclui criadores de conteúdo no YouTube, anunciantes de todos os tamanhos e sites de notícias. Às vésperas da votação do PL 2630, que não foi discutido tão amplamente e sofreu alterações significativas nas últimas semanas, é importante que os brasileiros estejam informados sobre os possíveis impactos para tomarem uma decisão sobre como participar dessa discussão.”

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