Quaest: Governo Lula tem avaliação negativa para 90% do mercado financeiro

Uma pesquisa Quaest divulgada quarta-feira (4) nesta semana apontou que a avaliação do governo Lula (PT) é negativa para 90% dos agentes do mercado financeiro.

O índice é 26 pontos percentuais mais alto que o último levantamento, realizado em março de 2024, e equivalente ao maior já registrado na série histórica, iniciada em março de 2023. Outros 3% avaliam o governo Lula como positivo (eram 6% em março ) e 7%, como regular (eram 30%).

O levantamento reuniu 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro em fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 29 de novembro a 3 de dezembro. A margem de erro não foi divulgada.

Na pesquisa anterior, era de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos. Para o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os números representam um forte alto na reprovação do governo Lula e na evidência do mercado financeiro ao pacote de corte de gastos apresentado na semana passada (leia mais abaixo).

Entre os entrevistados 86% acreditam que Lula está preocupado com sua popularidade e 29%, com o equilíbrio das contas públicas. A avaliação do Congresso também piorou, segundo Nunes, e uma explicação possível é que o mercado acredita que a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil deve ser aprovada, mas o aumento da tributação para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, não. “Ou seja, o Congresso não parece mais ser visto pelo mercado como o ator fiscalista do país”, afirma Nunes.

Uma pesquisa também mostra que 41% dos entrevistados avaliaram como positivo o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 9 pontos percentuais abaixo do resultado de março (50%). 24% enxergam o trabalho do ministro como negativo (eram 12% em março) e 35%, como regular (eram 38%).

Para 61% dos agentes do mercado financeiro, a força de Haddad é menor do que no início do mandato (eram 14% em março); 35%, veem como iguais; e 4%, como mais forte neste período.Segundo a Quaresma, 58% consideram o pacote fiscal nada esmagador e 42%, pouco esmagador. 67% dos entrevistados disseram que, após o pacote ser anunciado, aumentarão os investimentos no exterior, 30%, manterão e 3%, diminuirão.

Para 85% dos agentes do mercado financeiro, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil orçamentos mínimos – anunciados junto com o pacote – tende a prejudicar a economia brasileira (15% acham que tendem a ajudar). 99%, por outro lado, avaliam que o fim da morte ficta – pensão paga a famílias de militares expulsos –, tende a ajudar a economia brasileira.

Em relação ao novo arcabouço fiscal, modelo de equilíbrio das contas públicas aprovado no início do governo Lula (PT) em substituições ao teto de gastos que vigoraram desde a gestão de Michel Temer (MDB), 58% acham que não tem nenhuma contrapartida e 42%, pouca contribuição.

Segundo o levantamento, a maioria dos agentes acredita que o arcabouço não se sustenta no longo prazo.

Os agentes também foram questionados sobre o desempenho do Congresso Nacional. Veja os números 41% avaliados como negativo (eram 17% em novembro de 2023) 38% como regular (eram 45%) 21%, como positivo (eram 41%).

Fonte G1

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