Professores e alunos criam Ambulatório de Planejamento Reprodutivo na Policlínica do HU-Univasf

Um projeto de extensão universitária resultou na criação de um Ambulatório de Planejamento Reprodutivo na Policlínica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Neste local, as mulheres serão acolhidas, receberão informações sobre métodos contraceptivos e poderão, se quiserem, implantar o DIU de cobre, com monitoramento de três a seis meses após a inserção do dispositivo. Paralelamente, os pesquisadores vão avaliar o grau de satisfação e adaptação a este método.

A professora de Medicina Ana Cleide da Silva Dias, coordenadora do projeto, sinaliza que o ambulatório ficará em um dos consultórios da Policlínica e as mulheres poderão procurar espontaneamente o serviço ou serem encaminhadas pela rede básica e outras instituições. “Por meio de um link para inscrição em um perfil no Instagram para as interessadas preencherem um formulário e estamos articulando reuniões com médicos e enfermeiros da atenção primária para apresentar este projeto e, na medida do possível, eles encaminharem as interessadas ao ambulatório”, disse Ana Cleide, que é doutora em Enfermagem e Saúde Coletiva.
Segundo ela, o serviço será destinado a mulheres na faixa de 18 a 49 anos, em situação de vulnerabilidade sexual, moradoras de rua, presidiárias ou com algum tipo de transtorno mental, entre outras. Após a avaliação com a equipe formada por médico, enfermeiras e bioquímica, as mulheres que receberem o DIU de cobre serão monitoras por alunos de Medicina por um período de até seis meses, medindo o grau de satisfação e adaptação ao método.
“Este momento torna-se oportuno para que a equipe possa acolher a mulher, dirimir suas dúvidas e, caso esteja apresentando algum evento adverso que se sinta incomodada, será realizado o encaminhamento para que possa voltar no atendimento por um profissional de saúde do projeto”, explicou a coordenadora. Segundo ela, entre os possíveis eventos adversos estão aumento no fluxo menstrual e cólicas, por exemplo.
A coordenadora explicou que os alunos do projeto vão monitorar as mulheres que estiverem usando o DIU, uma vez que entre os objetivos da pesquisa está avaliar a satisfação e adaptação deste método. Os profissionais de saúde envolvidos também participarão da avaliação. “O método ainda é muito mitificado e, por isso, estamos preparados para este acolhimento e para estas ações educativas”, disse.
A professora explicou que as mulheres acolhidas serão informadas sobre outros métodos, mas o foco será o DIU de cobre, que é ofertado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem um índice superior a 98% de proteção, além de ter um tempo de uso longo. Segundo ela, devido à falta de informação e à dificuldade de acesso, muitas vezes, mulheres que precisam deste serviço acabam não utilizando este método, afirmou.
O ambulatório deverá funcionar nas terças-feiras e a intenção é de inserir cinco dispositivos por dia, sempre de acordo com o interesse da mulher. “Já fizemos uma experiência com mulheres no presídio de Petrolina, onde ministramos uma palestra e, para nossa surpresa, seis mulheres se mostraram interessadas pela inserção do DIU”, disse.
Perfil sobre o projeto no Instagram: @projetodiu.univasf | Link para inscrição no projeto

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