O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através da 19ª Promotoria de Execuções Penais, vai propor a desativação do Complexo Prisional do Curado depois que 40 detentos fugiram da unidade em uma ação organizada no último sábado (23).Titular da promotoria, Marcellus Ugiette está elaborando um relatório e vai propor ao governo do Estado o fim do complexo, que reúne os presídios Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), Frei Damião de Bozzano (PFDB) e Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa).
Em entrevista à TV Clube/Record, nesta segunda-feira (25) , Ugiette criticou a divisão do antigo Aníbal Bruno para a criação das três unidades e disse que o Estado está pagando o preço por esta ação. Segundo o promotor, um presídio ruim foi transformado em três “ainda piores”. “Podemos ser o novo Carandiru. É preciso transferir esses detentos para presídios modernos, com uma nova filosofia, onde o preso de regime fechado é realmente de regime fechado, sem super lotação, sem a presença da figura do chaveiro”, indicou.
Segundo o promotor, o que se propõe a médio e longo prazo é a extinção do modelo atual. “Já foi diagnosticado várias vezes, e não só por mim, que esse modelo não funciona. A ideia é que o Estado planeje essa extinção com responsabilidade. Não há solução ali (no Complexo do Curado)”, apontou Ugiette.
O promotor classifica as últimas ações do governo estadual, como construção de alambrados, guaritas e reforço nas vistorias como enxugar gelo. “O Estado não consegue tomar conta da segurança nem dentro nem fora da unidade. Mas é necessário que o Estado acelere as ações e não deixe as coisas acontecerem para tentar resolvê-las “, disse.
Na manhã desta segunda-feira, o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou no Complexo Prisional do Curado para uma vistoria. O objetivo é encontrar armas, drogas, aparelhos de comunicação e desmobilizar possíveis articulações para novas fugas. (Diário de Pernambuco)