Lula volta a atacar Campos Neto e o BC e dólar dispara

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a autonomia do Banco Central (BC) e a alta taxa de juros durante uma entrevista a uma rádio de Feira de Santana (BA).

Lula questionou o fato de não poder indicar o presidente do BC, apesar de ter sido eleito. Ele comparou a situação aos governos anteriores à aprovação da autonomia institucional em 2021, argumentando que o presidente deveria ter o poder de indicar e, se necessário, remover o presidente do BC, citando o exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que trocou presidentes do BC três vezes.

Apesar das críticas, Lula afirmou que aguardará o fim do mandato de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, sem pressionar por sua saída antecipada.

As declarações de Lula contribuíram para a desvalorização do real, com o dólar subindo 1,15% e sendo cotado a R$ 5,65. No entanto, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) teve crescimento, impulsionado pelas ações da Vale e Petrobras. Os bancos, por outro lado, registraram queda devido ao cenário de incertezas fiscais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu a desvalorização do real a ruídos internos e ressaltou a necessidade de melhor comunicação dos resultados econômicos. Ele destacou a arrecadação de junho, que superou as expectativas, como um indicador positivo da estratégia econômica adotada pelo governo.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reafirmou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e social, criticando as especulações sobre a política fiscal. Ele destacou a aprovação do arcabouço fiscal e a reforma tributária como evidências do compromisso do governo com a gestão responsável das finanças públicas. Padilha também mencionou que o governo espera finalizar e apresentar o relatório sobre a proposta de desoneração da folha de pagamento ainda nesta semana.

As críticas de Lula à autonomia do BC e a defesa de uma agenda expansionista refletem as tensões entre o governo e a instituição financeira. A resposta do mercado às declarações do presidente, bem como as defesas e explicações dos ministros Haddad e Padilha, indicam um cenário de incerteza econômica, com implicações tanto para a política fiscal quanto para a percepção dos investidores.

Fonte Correio Braziliense 

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