
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), rebateu críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a gestão do Orçamento da União.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), rebateu, nesta 3ª feira (3.mai.2022), críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado afirmou que o petista desinforma ao tratar a discussão sobre semipresidencialismo “como golpe” e demonstra desconhecimento sobre política mundial ao compará-lo com o imperador do Japão.
“Falar sobre semipresidencialismo é uma grosseria, é desinformação. Ele não pode querer pautar antes de ser eleito ou não o que esse Congresso vai debater”, afirmou.
“Lula vem cometendo atos falhos o tempo todo, não é só comigo não. Ao me comparar com o imperador do Japão dizendo que eu sou poderoso, comete ato falho da política mundial muito grave. Ele bateu no 1º ministro do Japão, porque o imperador lá não manda em nada”, declarou.
Lira disse nunca ter tomado “nenhum café” e nunca ter “batido papo” com o ex-presidente. Por isso, não costuma “comentar sobre quem não conhece”. “Falar de semipresidencialismo como golpe é no mínimo desconhecimento ou má informação. Falar de mim sem me conhecer é má-fé. Me comparar ao imperador do Japão é não conhecer a política mundial”, disse.
Pela manhã, Lula afirmou que Lira age como se tivesse “poder imperial” ao criticar o andamento do projeto que discute a mudança do regime político do país para o semipresidencialista. Lira é hoje o principal aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso.
“Ele já quer tirar o poder do presidente para que fique na Câmara dos Deputados e ele aja como se fosse o imperador do Japão”, disse o petista. Lula participou do ato do Solidariedade, que aprovou o apoio formal à sua candidatura à Presidência da República nesta 3ª feira.
O Japão é uma monarquia constitucional com regime parlamentar democrático. Tem um chefe de governo, o primeiro-ministro Fumio Kishida, e um chefe de Estado, posto ocupado pelo imperador Nahurito. Ele assumiu o cargo em 2019 e possui função cerimonial. Todos os cidadãos adultos têm o direito a voto e podem concorrer nas eleições nacionais e locais.
Lira criou em março um grupo de trabalho na Câmara para discutir a proposta. O grupo é formado por 10 deputados. A coordenação é do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). No regime em análise, o presidente da República tem menos poderes que atualmente.
De acordo com Lira, o objetivo é debater o assunto que, se aprovado, a mudança só seria implementada a partir de 2030. “Posso até ser comparado a imperador, mas nunca ditador. Não tenho projeto de longo prazo”, disse.
Lula também criticou o presidente da Câmara por, segundo ele, querer mandar em todo o Orçamento da União. Lira, no entanto, defendeu o modelo de recursos distribuídos por meio de emendas parlamentares e disse que o sistema é aberto e transparente.
“Não é para ser escondido, é para ser criticado, corrigido. Mas dizer que Congresso não pode legislar sobre orçamento, só quem vem com intenção de fazer ditadura, quem quer fazer sistemas totalitários no Brasil”, disse.