O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender, nesta quinta-feira (19), as propostas do governo federal que envolvem mudanças nas regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incluindo o aumento das alíquotas cobradas atualmente.
Em entrevista ao podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, Lula afirmou que a intenção é fazer “justiça tributária” e evitar cortes no Orçamento da União.
“O IOF do Haddad [ministro da Fazenda] não tem nada demais. O Haddad quer que as bets paguem imposto de renda; que as fintechs paguem; que os bancos paguem. Só um pouquinho, para a gente poder fazer a compensação, porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, temos que cortar no Orçamento”, declarou o presidente.
A fala ocorre em meio à resistência do Congresso Nacional, que já se movimenta para barrar o decreto do governo que propõe as mudanças no IOF. Na última segunda-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou, por 346 votos a 97, a urgência para votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL 314/25), que visa suspender os efeitos do decreto do Executivo publicado no dia 11 de junho.
A proposta de mudança no IOF foi apresentada junto com uma Medida Provisória que também trata do tema, como parte de um pacote para equilibrar o Orçamento e atender às metas fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Em maio, o governo chegou a anunciar um contingenciamento de R$ 31,3 bilhões, mas recuou da ideia de aumentar tributos diante da reação negativa de empresários e parlamentares, inclusive da base aliada.
Lula reforçou que o objetivo central é tornar o sistema tributário mais justo: “Queremos que as pessoas que ganham mais, paguem mais [impostos]. Que quem ganha menos, pague menos. E que as pessoas vulneráveis não paguem impostos”.
Com a aprovação da urgência na Câmara, a matéria poderá ser votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões. O debate sobre o IOF deve seguir como um dos pontos centrais da agenda econômica do governo nos próximos dias.