‘Justiceiros’ criam grupos para ‘caçar’ ladrões em Copacabana

A rotina de violência em Copacabana nas últimas semanas motivou o reaparecimento de grupos “justiceiros” no bairro – como já visto em 2015. Por grupos de WhatsApp, eles se dividem em grupos para “caçar” – como eles definem – quem rouba na região.

“Eu vou partir assim [com soco-inglês], quebrar osso da cara. Deixar eles pior do que eles deixaram o coroa”, disse um integrante do grupo União dos Crias. O homem fala sobre como iria vingar o ataque sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, que levou chutes e socos até desmaiar, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, ao tentar defender a personal trainer Natália Silva.

Em nota, a Polícia Civil informou que tomou conhecimento da situação e disse que diligências estão em andamento para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos. Os delegados da 12ªDP (Copacabana) e 13ªDP (Ipanema) estão atuando nas investigações e analisam vídeos de redes sociais para identificar os suspeitos .

Fazer “justiça com as próprias mãos” é crime previsto no artigo 345 do Código Penal Brasileiro. O g1 teve acesso a conversas que mostram os integrantes exibindo as armas que vão utilizar no ataque contra o “coreto” – termo que usam para identificar “bondes” de menores infratores. Entre os objetos que são ostentados, estão soco-inglês, pedaços de pau e citam até uma ‘retaguarda de peça” – ou seja, pessoas armadas para dar cobertura.

Os integrantes debatem sobre a melhor forma de “dar uma lição” nos suspeitos de roubo no bairro. Eles definem ainda que os integrantes devem usar roupa preta, esconder tatuagens e levar “máscaras de covid” para esconder o rosto. “To pensando em levar umas cordas e fita crepe também. Deixar esses vermes pelados na pista, amarrar uns no poste de exemplo e ‘crepar’ outros iguais múmia”, diz um integrante. “É perder muito tempo isso, tem que arrebentar e sair saindo”, sugeriu outro.

Fonte G1

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