O julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados de tentativa de golpe de Estado foi um dos temas centrais da reunião plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na terça-feira (25).

O Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta Bolsonaro como um dos mentores de uma suposta trama golpista em 2022. A decisão sobre tornar o ex-presidente réu deve ser tomada até esta quarta-feira (26) pela Primeira Turma do STF.

O deputado João Paulo (PT) defendeu que a aceitação da denúncia reforçaria os princípios democráticos no Brasil. “Não se trata apenas de punir um homem, mas de reafirmar que ninguém está acima da lei e que tentativas de golpe não serão toleradas“, argumentou. Para ele, o processo contra Bolsonaro não é uma perseguição política, mas uma medida necessária para evitar retrocessos institucionais.

Por outro lado, Renato Antunes (PL) criticou a condução do julgamento, alegando que há insegurança jurídica no país e que processos como esse deveriam começar na primeira instância. Ele mencionou casos de criminosos que respondem em liberdade, enquanto manifestantes do 8 de janeiro enfrentam penas severas.

Como exemplo, citou a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa há dois anos por pichar a frase “Perdeu, mané” em uma estátua na Praça dos Três Poderes. Segundo Antunes, “o Brasil vive uma ditadura do Judiciário”, e anistia deveria ser concedida aos envolvidos.

Em resposta, o deputado Doriel Barros (PT) defendeu os julgamentos do STF e afirmou que os eventos de 8 de janeiro foram parte de um plano organizado para dar um golpe de Estado. Ele também reforçou a necessidade da condenação de Bolsonaro. “O ex-presidente propagou mentiras contra o povo, tentou desestabilizar a democracia e deve ser responsabilizado”, declarou.

A discussão reflete a polarização política no país e a expectativa em torno do desfecho do julgamento. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro se tornará o primeiro ex-presidente brasileiro a responder criminalmente por tentativa de golpe de Estado.