Profissionais do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), junto ao Ministério da Saúde e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estão desenvolvendo um plano de trabalho estratégico para melhorar os fluxos assistenciais e combater a superlotação hospitalar.

A iniciativa visa aperfeiçoar a qualidade do atendimento prestado aos 53 municípios de Pernambuco e Bahia atendidos pela unidade. O projeto foi impulsionado pela visita do consultor do Ministério da Saúde, Leonardo Paixão, realizada no fim de março.

Durante sua estadia, o especialista participou de reuniões com profissionais, chefias e setores estratégicos do HU para entender a realidade local, ouvir as demandas da equipe e traçar um diagnóstico. A partir disso, será construído um plano de ação de longo prazo, com 16 encontros mensais, alternando reuniões presenciais e virtuais, e o apoio de representantes da Diretoria de Atenção à Saúde da Ebserh.

De acordo com Aristóteles Cardona, gerente de Atenção à Saúde do HU-Univasf, o plano é fruto da atuação integrada entre o hospital, o Ministério e a Ebserh. Ele destaca que a unidade já vem implantando a metodologia Lean nas Emergências, que busca otimizar processos e reduzir gargalos em áreas críticas como emergência, internação, bloco cirúrgico, enfermarias e UTI.

“A gente vive um quadro que é a realidade da saúde da região de um modo geral, enfrentando cenários de superlotação que é um problema histórico na regional”, ressaltou Cardona.

O HU-Univasf funciona com porta aberta e é referência em traumas e casos de alta complexidade, como ortopedia, neurocirurgia e cirurgia vascular. A unidade recebe uma alta demanda, especialmente relacionada a acidentes automobilísticos e quedas de idosos, refletindo o desafio enfrentado por toda a macrorregião.

Para Leonardo Paixão, o trabalho desenvolvido tem grande potencial de impacto. “O cerne da metodologia está em utilizar a expertise técnica da equipe do HU, um conhecimento da realidade local e das suas conexões, que é ímpar, e aí a partir desse conhecimento, ajudar a desenvolver projetos que vão atacar de fato problemas reais”, afirmou o consultor.

Ele destacou ainda que, apesar dos obstáculos geográficos e do perfil de complexidade do hospital, a equipe demonstrou criatividade e comprometimento na busca por soluções. “É um hospital que sabe trabalhar e que não tem medo de inovar”, completou.