Homem é liberado para ir ao velório da esposa e da filha mortas em desabamento, mas não sai do presídio

O velório e sepultamento de Juliana Alves, de 32 anos, e Flávia Rayane, de 16, aconteceu nesta segunda-feira (1°), no Cemitério de Guadalupe, em Olinda. Mãe e filha foram vítimas do desabamento parcial do Edifício Leme, ocorrido na noite da última quinta-feira (27) no bairro olindense de Jardim Atlântico.

 As duas moravam no térreo do edifício com Fábio Ruan, de 17 anos. O jovem tinha saído pouco tempo antes da tragédia para fazer uma entrega. Juliana comercializava frango à parmegiana e o filho realizava as entregas aos clientes. A família voltou a morar no local há cerca de 3 meses, devido às dificuldades financeiras. Fábio Ruan estava presente no velório para dar o último adeus a mãe e a irmã.

Apesar da liberação do Governo de Pernambuco, a cerimônia de despedida foi realizada sem a presença de Fábio Leal da Silva, marido de Juliana e pai de Flávia Rayanne. Ele está preso por roubo desde 2019 em Limoeiro, no Agreste.

Em nota, o Governo de Pernambuco, através da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), informou, na manhã desta segunda-feira (1º), que Fábio tinha sido liberado e iria para o velório. “A gestão avaliou os possíveis riscos da operação e reorganizou a logística da unidade prisional para atender ao reeducando no velório dos seus familiares”, destacou a nota.

No domingo (30), antes da liberação, o Governo do Estado, também através de nota, disse que o homem não poderia se despedir “em razão da demanda intensa de visitas no final de semana”, apontando “logística inviabilizada”.

Apesar da nota do Governo de Pernambuco que confirmou a ida do detento ao velório, Fábio não saiu da penitenciária, segundo a advogada Djanine Soares. Desde a sexta-feira (28), a família das vítimas tentar, através de advogados, a liberação do preso para a despedida.

Os advogados e familiares ficaram sabendo da liberação através da imprensa. Segundo a advogada, a Seres não informou aos advogados, à penitenciária e à família sobre a permissão que o detento havia recebido.

“Quando a Seres mandou um comunicado para a Folha de Pernambuco afirmando que o mesmo seria liberado, tentei contato com o próprio Fábio, com a diretoria, mas não tinha conseguido. Quando eu consegui o contato com Fábio por meio de um contato que estava de plantão em Limoeiro, Fábio disse que a administração do presídio não recebeu nenhum encaminhamento para ele ser deslocado, não chegou nenhuma escolta e isso foi protelando, deu 14h20 e ele ainda estava lá foi quando vimos que não dava mais tempo dele se despedir da sua família”, disse a advogada.

Fonte FolhaPE

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