Festas juninas valorizam a cultura e movimentam a economia

Em Caruaru já começou, em grande estilo, e a expectativa de quase um mês de forró para toda gente. No Recife, serão vinte dias com mais de 800 atrações pela cidade. Do outro lado do estado, no Sertão, a festança está marcada para ter início no dia 16, em Petrolina, com atrações de peso e uma movimentação de R$ 275 milhões na economia municipal. Em todo o território pernambucano, assim como em outras partes do Nordeste, a estação junina é aguardada com alegria. Tanto pelo fortalecimento da identidade cultural, com a preservação e transmissão dos valores locais e regionais, quanto pela dinamização econômica que gera trabalho e renda para milhares de pessoas.

O São João chega, em 2023, com a esperança renovada pela superação dos últimos anos, marcados pelas restrições e preocupações da pandemia de Covid. Em cada cidade, prefeitos e população querem celebrar ainda mais que no ano passado, buscando atrair mais negócios e turistas, juntando aos rituais típicos um clima de prosperidade que seja capaz de semear novos frutos coletivos. O Nordeste pobre, endividado e cheio de problemas estruturais dá lugar a uma região em que o potencial econômico desponta, com clareza, no vislumbre da diversidade cultural.

A música e a dança puxam a tradição que se completa com a vestimenta e a comida típicas da época. A religiosidade do povo e o gosto pela festa rendem homenagens aos santos do mês – Antônio, João e Pedro. Polos de animação de variados portes recebem grandes artistas de nome nacional, bem como novos talentos regionais. Letras e ritmos de canções antigas fazem par com sucessos recentes de grupos e artistas populares. Com maior romantismo que o Carnaval, o apelo junino chama as multidões, ao mesmo tempo em que lança a fagulha para os apaixonados pelo forró.

A celebração também tem o cheiro da fertilidade da terra. O festejo se agrega à fartura do milho e da água que provê o alimento para todos. Bandeirinhas coloridas demarcam o alcance da alegria. As quadrilhas juninas formam espetáculos à parte, envolvendo crianças e adultos de diversas idade na dança que se dança junto, contando uma história. O conjunto de tradições e manifestações impulsiona o turismo nordestino, com gente de todo o país, e muitos deslocamentos dos centros urbanos para o interior, em cada estado. O Nordeste se aquece no período junino.

Ano passado, somente em Caruaru, a movimentação econômica foi estimada em R$ 550 milhões, com 3,2 milhões de pessoas na capital do forró. Os números são expressivos para um estado empobrecido e com grandes dificuldades, como Pernambuco, a exemplo de outros estados vizinhos. O São João surge no calendário feito oportunidade que não se pode perder. E a extensão prolongada da estação junina, não por acaso, mobiliza os gestores públicos, a iniciativa privada e as populações municipais, para que o potencial da festa seja plenamente aproveitado, e até multiplicado, enquanto o mês não terminar.

JC Online

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