Um engenheiro contratado pelo Clube de Regatas do Flamengo para fazer um laudo pericial independente no local do incêndio do Ninho do Urubu, que em 8 de janeiro de 2019 deixou 10 jogadores mortos, denunciou o clube de adulterar a cena do crime.
LEIA TAMBÉM
Vítimas de incêndio no CT do Flamengo tinham entre 14 e 17 anos
Prefeitura do Rio de Janeiro interdita Centro de Treinamento do Flamengo
Em entrevista exclusiva ao UOL, José Augusto Bezerra acusou o CEO do Flamengo, Reinalto Bellotti de mandar um funcionário arrancar partes de uma instalação elétrica problemática, enquanto ainda ocorria a apuração das causas do incêndio.
“Compromete o resultado da perícia da polícia. É decisivo”, disse Bezerra, ao UOL. Ele narrou que chegou ao Flamengo no dia 8 de fevereiro, mesma data da tragédia, e que viu dois dias depois, em 10 de fevereiro, Belotti dar a ordem para arrancar os fios e um disjuntor que poderiam implicar o Flamengo de ter cometido uma negligência com a segurança do CT.
A perícia
De acordo com a perícia feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, o incêndio foi causado por conta de um defeito no ar-condicionado e do material inflamável das paredes dos contêineres, local onde as crianças ficavam alojadas. O laudo de Bezerra aponta má instalação elétrica, somado ao problema no ar. Bezerra é engenheiro elétrico e sócio da Anexa Energia.
O que diz o Flamengo
Em resposta à acusação, o Flamengo disse que está processando o engenheiro porque a alegação é caluniosa e feita sem provas. “Jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário. O clube também sustenta que ‘não há, em toda a vasta documentação produzida pelas autoridades públicas, qualquer elemento de prova que indique ou confirme a acusação leviana e caluniosa feita por esse senhor”, diz a nota do clube.