Em reunião, presidente da Fundação Palmares chama movimento negro de ‘escória maldita’

A portas fechadas com assessores, Sérgio Camargo ainda confessa desprezo pela agenda da consciência negra em um movimento que o mundo se levanta contra o racismo

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, chamou o momento negro de “escória maldita” em reunião privada no dia 30 de abril. Em conversa com dois servidores a portas fechadas, a qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, Camargo voltou a criticar o líder Zumbi dos Palmares como “filho da puta que escravizava pretos”.

Na ocasião, o presidente da instituição – criada como resultado da luta do movimento negro e para a promoção da cultura afro-brasileira – confirmou que não vai apoiar a agenda de consciência negra.

As declarações pejorativas foram feitas em um encontro para tratar do desaparecimento do celular corporativo de Camargo. Ao ser cobrado pelo ressarcimento do telefone, a gravação do jornal mostra que o presidente chegou a externar a suspeita de que integrantes do movimento negro poderiam ter pego o aparelho.

“Eu exonerei três diretores nossos assim que voltei. Qualquer um deles pode ter feito isso. Quem poderia? Alguém que quer me prejudicar, invadindo esse prédio aqui para me espancar. Quem poderia ter feito isso? Invadindo com a ajuda de funcionários daqui. O movimento negro, os vagabundos do movimento negro, essa escória maldita”, disse.

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