Deputados divergem sobre avaliação do Governo Lula em debate na Alepe

Nesta quarta-feira (18), o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) apresentou uma análise crítica ao governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva durante discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Feitosa apontou indicadores econômicos negativos e criticou as medidas do Governo Federal, afirmando que as ações da gestão prejudicam principalmente a população mais pobre.

Entre os números destacados pelo parlamentar, está o déficit do setor público, que alcançou R$ 1,1 trilhão em julho, o maior registrado desde o início da série histórica em 2001.

Ele também mencionou a alta do dólar e as projeções de aumento da inflação feitas por economistas do Plano Real. Segundo Feitosa, o discurso de Lula, em que afirmou que “iria desagradar o mercado”, tem consequências diretas no bolso da população mais vulnerável: “Essa frase dele tem consequências e pesa, sobretudo, no ombro e no bolso do mais pobre”, argumentou.

Feitosa também classificou como “maldades” a inclusão de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), no pacote de cortes de gastos, criticando o impacto dessas decisões na população carente.

O debate foi marcado por reações de outros parlamentares. Waldemar Borges (PSB) contestou as críticas, afirmando que a inflação está sob controle e que a alta do dólar reflete uma “chantagem do mercado financeiro”.

Ele destacou que a “Faria Lima” obtém altos lucros com os juros da dívida pública, que é o maior gasto do governo. Borges ainda citou avanços na gestão, como a redução do desemprego e a saída do Brasil do mapa da fome: “A subida do dólar é fruto de uma chantagem que beneficia uma elite econômica, enquanto o governo vem enfrentando dificuldades para proteger os mais vulneráveis.”

O deputado João Paulo (PT) reforçou a defesa do governo Lula, ressaltando conquistas econômicas e sociais, mesmo diante de desafios como a oposição no Congresso e no mercado financeiro.

Ele destacou o aumento das reservas internacionais para US$ 372 bilhões, o maior em cinco anos, e o recorde de 133 milhões de pessoas ocupadas no mercado de trabalho. João Paulo também mencionou o acordo Mercosul-União Europeia, concluído após 25 anos de negociações, como um marco positivo: “Esses resultados mostram que, apesar das dificuldades, o Brasil está no caminho certo.”

Além disso, João Paulo comentou a recente prisão do general Braga Netto, relacionada a investigações sobre os ataques de 8 de janeiro e planos de atentados contra autoridades, incluindo o presidente Lula. Ele defendeu o desmonte de forças antidemocráticas e a construção de uma base parlamentar sólida: “A democracia precisa de resistência e de políticas que enfrentem agendas regressivas.”

O debate na Alepe reflete as divergências sobre o impacto das políticas do governo Lula. Enquanto críticas apontam desafios econômicos e medidas impopulares, defensores destacam avanços no combate à fome, geração de empregos e estabilidade internacional. A discussão reforça a polarização política em torno dos rumos da gestão federal e suas consequências para o Brasil.

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